Em discurso no Plenário nesta quarta-feira (12/03), o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), propôs um pacto entre o poder público e os empresários que seria destinado a zerar o processo de desmatamento da Amazônia. Para isso, segundo ele, é necessário suspender as ações repressivas atuais para garantir a inexistência de desmatamento a partir de agora.
- Vamos baixar uma medida para o desmatamento zero daqui para a frente. Mas vamos passar uma borracha no passado, porque [senão] não vai resolver o problema. Quem já derrubou não vai conseguir, de uma hora para outra, reflorestar. Isso vai demorar de trinta a quarenta anos - explicou.
Além dos empresários e agropecuaristas, o "acordo produtivo" proposto por Raupp deve envolver as prefeituras, os governos estaduais e o governo federal. Somente envolvendo todos estas esferas públicas e privadas, a política de desmatamento poderáser efetiva a longo prazo, na opinião do líder.
- Enfrentar o desmatamento com operação repressivas momentâneas não vai resolver o problema - declarou ainda.
Valdir Raupp lembrou que a ocupação de estados da Amazônia, como Rondônia, ocorreu na década de 70 com o incentivo governamental ao desmatamento que hoje é reprimido. A derrubada era uma condição para se receber o título definitivo da terra, disse o senador ao recordar os procedimentos impostos pelo Estado para a ocupação da região voltada para as atividades agropecuárias.
No mesmo pronunciamento, Valdir Raupp voltou a defender sua proposta de criação do Ministério da Amazônia. A criação desse órgão, segundo ele, poderia marcar o acordo para a efetivação da política de desmatamento zero, o que seria feito por consenso de todos os setores produtivos da região.
(Por Geraldo Sobreira, Agência Senado, 12/03/2008)