O comerciante que não combater a dengue em Belo Horizonte poderá ser multado. Os fiscais da Vigilância Sanitária reforçaram o trabalho da Zoonose no combate ao Aedes Aegypti, transmissor da doença, que, este ano, já contaminou 254 pessoas. Durante visitas a empresas, as equipes vão observar se os imóveis comerciais têm possíveis criadouros do mosquito. Em caso positivo, notificarão o responsável para resolver o problema em até 24 horas. Se a ordem não for cumprida, a multa será de R$ 1.240,20.
A punição é considerada pela Secretaria Municipal de Saúde como importante aliada na redução dos casos de dengue na capital. Muitos estabelecimentos comerciais, como ferros-velhos e borracharias, têm objetos que acumulam a água da chuva, transformando-se em criadouros do mosquito. Durante a vistoria, os fiscais também vão procurar vasos de plantas, garrafas e outros recepientes propícios à reprodução do Aedes, além de verificar espaços que não vêm sendo mantidos adequadamente limpos pelos proprietários.
O secretário municipal de Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, afirma que a estratégia irá reforçar a consciência de moradores e empresários para o combate ao vetor. “O roteiro é para o controle de focos da dengue. É uma medida que ajudará a mudar algumas realidades e também o comportamento das pessoas”, destaca ele, acrescentando que se pretende mudar o olhar da população e ampliar as ações de combate ao transmissor. Para reforçar o trabalho, os fiscais da Vigilância Sanitária fizeram treinamento específico.
Visão
“Estamos organizando o olhar. Sempre vimos (o problema), mas nunca com foco específico. Quando o fiscal for a uma escola, por exemplo, verificará se há algum possível criadouro da dengue. Esse trabalho é importante”, destaca a gerente de Vigilância Sanitária, Mara Machado Guimarães Corradi, otimista com o reforço dos novos agentes.
Muitas vezes, os agentes da Zoonose encontram dificuldades para combater o mosquito. É que se deparam, com freqüência, com imóveis fechados ou são barrados pelos moradores. Lotes vagos também facilitam a reprodução do transmissor e, às vezes, a culpa é da própria população, que joga entulhos no local.
(Paulo Henrique Lobato, Estado de Minas, 12/03/2008)