Cerca de 20 mil integrantes da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e outras organizações sociais participaram ontem (11/03) de uma marcha em relação à construção do Estado Plurinacional. Os marchantes se concentraram na Praça Grande (Quito) para apresentar suas demandas e propostas à Assembléia Constituinte através do Presidente, Alberto Acosta e também ao Governo através de seus respectivos representantes.
Marlon Santi, presidente da Confederação, disse que se não for aceita a proposta de construção de um Estado Plurinacional se estará negando a participação do movimento e de todos os setores, no processo de transformação que vive o Equador, afetando desta forma o futuro de um Equador sólido e diverso.
Alberto Acosta, junto com outros assembleístas e representantes do governo, acolheram positivamente o pedido dos povos, sobre o qual disse que permite continuar fortalecendo a Assembléia que já está discutindo a nova constituição, sob os princípios do Sumak Kawsay que é o bem viver, no qual o ser humano convive com a natureza, a produção. Não está somente baseado na exploração do homem pelo homem.
Depois de realizar a entrega do mandato ao presidente, uma delegação de 150 pessoas do movimento realizou uma reunião com Lenin Moreno, presidente da República no Palácio de Carondelet, onde se afirmou, mais uma vez, que a Plurinacionalidade não se trata de dividir o Estado, e sim das demandas da diversidade cultural que se deve assumir em termos de instituições, programas e projetos de desenvolvimento que permitam fortalecer a gestão local de governos em territórios das nacionalidades e povos.
A delegação expressou a necessidade de que a atenção do governo chegue efetivamente às comunidades, já que até agora somente se limitaram a discursos. A reunião acordou em manter mesas de trabalho, para executarem as demandas e propostas projetadas pelo Movimento Indígena, entre o Executivo e os representantes das Nacionalidades e Povos, a primeira reunião será na próxima quarta-feira.
(Adital, 11/03/2008)