O chefe da diplomacia européia, Javier Solana, apresentará nesta quinta-feira (13), na cúpula de líderes da União Européia (UE) em Bruxelas, um relatório sobre mudança climática e segurança internacional, com o qual o bloco se propõe a assumir a liderança mundial na matéria.
O documento, preaprado por Solana e a Comissão Européia, faz parte do pacote sobre mudança climática e energia que será debatido pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 membros da UE, incluindo o controverso plano europeu de luta contra o aquecimento global.
O consiso informe, do qual a AFP obteve uma cópia, apresenta as ameaças que a mudança climática representa para a paz mundial e propõe uma série de iniciativas para que a UE aumente sua capacidade de resposta e melhore a governança global.
Entre as ameaças o texto enumera "conflitos pelos recursos, danos e riscos para as cidades litorâneas e as infra-estruturas vitais, perda de território e contenciosos fronteiriços, migrações por causas ambientais, situação de fragilidade e radicalização nos Estado debilitados, tensões pelo fornecimento de energia, pressões sobre a governança internacional.
O documento apresenta "exemplos geográficos" desses riscos: na América Latina se menciona a "salinização e desertificação" de zonas secas, que terão conseqüência adversas para a segurança alimentar, assim como mudanças dos modelos de precipitações e o desaparecimento de geleiras, que afetarão a disponibilidade de água na região dos Andes.
O informe destaca o papel ativo da UE nas negociações internacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e insiste na necessidade de um envolvimento dos Estados Unidos, China, Índia e Rússia para conseguir um acordo que contribua para a segurança climática.
Assim propõe a utilização do Conselho de Segurança da ONU e o G8 para "centrar a atenção" na matéria; o reforço da cooperação internacional para a detecção e supervisão das ameaças e o estudo da tensão migratória adicional causada pelo meio ambiente. A idéia é que a UE inaugure um período de análise até o final do ano para formular recomendações sobre como aumentar suas capacidades e intensificar a cooperação com os países e regiões.
(Yahoo Brasil, Ambiente Brasil, 12/03/2008)