Os resíduos reciclados na área metropolitana do Porto tiveram um aumento de nove por cento em 2007, em relação a 2006. A Lipor, Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, anunciou hoje, em conferência de imprensa, a quantidade de materiais separados e colocados para a reciclagem no ano passado. Das 505.665 toneladas de resíduos produzidos, 49.981 toneladas foram recicladas, o que corresponde a quase dez por cento do número total.
Os resultados devem-se, principalmente, a um maior empenho da população em reciclar os resíduos, referiu o presidente do Conselho Administrativo da Lipor, Macedo Vieira. “Hoje já existe uma sensibilização muito maior”, sublinhou.
O papel e o cartão são os sectores mais reciclados, seguidos pelo vidro e, depois, pelas embalagens de plástico e metal, que constituem os resíduos menos recolhidos pela empresa. Os três sectores da reciclagem contam com um aumento em relação a 2006. A Lipor acredita que com estes resultados vai conseguir atingir as metas exigidas pela União Europeia até 2011, que implicam 25 por cento de resíduos reciclados.
Para Macedo Vieira, o aumento dos resíduos urbanos separados e colocados para reciclagem contribuem para “um meio ambiente melhor” e para a “poupança” na recolha de lixo feita pelas câmaras municipais.
Com as 17.422 toneladas de vidro recicladas foram poupados cerca de 2,6 milhões de litros de petróleo e as 18.953 toneladas de papel que foram recicladas evitaram o abate de cerca de 331 mil árvores, segundo a Lipor.
Vale do Ave poderá ser o novo município a juntar-se aos oito que já integram a gestão e valorização de resíduos da Lipor. Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira “ainda não responderam em definitivo”, disse Macedo Vieira. Os dois municípios deverão beneficiar da nova Central de Valorização Orgânica no aterro de Sermonde, que vai ser construída pela Suldouro, empresa gestora do aterro que ficará esgotado em 2011. Macedo Vieira afirmou a vontade avançar com uma terceira linha de incineração. “O aterro é uma solução ultrapassada, que se esgota rapidamente”, referiu.
(Por Alice Barcellos, Ecosfera, 12/03/2008)