Depois do álcool, do biodiesel, o Brasil caminha agora para produzir o bioóleo, que poderá ser usado para gerar eletricidade a partir de resíduos, isto é de sobras já processadas de palha ou bagaço de cana, serragem, capim elefante. A Petrobras, por meio de seu centro de pesquisas (Cenpes), assinou um acordo de cooperação com a empresa norte-americana de tecnologia Kior para o desenvolvimento do processo BCC (sigla em inglês para craqueamento catalítico de biomassa), tecnologia de produção de bioóleo, um biocombustíveis de segunda geração.
A assessoria da Petrobrás detaca que biocombustíveis de segunda geração não compete com a plantação de alimentos, pois sua matéria-prima é resíduo que de outra forma seria simplesmente descartado. Desde 2006, o Cenpes vem estudando o processamento de biomassa para a geração de bioóleo. Já foram realizados testes de bancada e estão em andamento estudos em planta piloto. Os primeiros testes em unidades semi-industriais estão programados para 2009.
Também chamado de biocrude, é produto do processo de pirólise (decomposição pelo calor) rápida de biomassa. O bioóleo não é adequado para uso direto como combustível veicular. Além de geração de eletricidade, pode ser usado como aromatizante na indústria de alimentos.
O Brasil está em avançado estágio na produção de álcool a partir do bagaço e da palha da cana, por intermédio principalmente de uma usina experimental da Dedini, e agora busca obter também óleo a partir destes e de outros resíduos.
(Terra.com.br,
FGV, 12/03/2008)