Dia 18 será inaugurado o Conduto Álvaro Chaves-Goethe, principal construção urbana em 30 anos
Após quase três anos de espera e muito transtorno para a Capital, o Conduto Álvaro Chaves-Goethe será oficialmente inaugurado na próxima terça-feira. Considerada a maior obra de drenagem urbana dos últimos 30 anos em Porto Alegre, a construção teve início no dia 2 de maio de 2005, com a proposta de controlar os alagamentos em pontos considerados críticos da cidade. 'O Álvaro Chaves é um marco para o sistema de drenagem de Porto Alegre. Será a solução para os problemas crônicos de alagamentos', definiu o diretor da Divisão de Obras e Projetos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Zimmermann. Ele explicou que o sistema deverá absorver rapidamente as águas de uma tempestade. 'A melhoria nos nove bairros que foram atingidos pela obra é de 80% no sistema de drenagem, beneficiando uma população entre 100 mil e 150 mil pessoas', relatou Zimmermann.
Atualmente, o conduto está 70% em funcionamento, em pontos considerados críticos de alagamentos, tais como Parcão e rua Mata Bacelar. 'A obra física está concluída e a operação total será progressiva', esclareceu o diretor do DEP. Para tanto, será desenvolvido estudo para a obtenção da licença de operação, emitida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). O estudo envolverá uma série de medições, tais como hidrológicas e de sedimentação no Guaíba. 'Entre 60 e 90 dias esperamos ter a licença liberada pela Smam', estimou. Para a entrega oficial da obra, o DEP está concluindo o asfaltamento da rua Coronel Bordini. 'Também há interligações de rede que estão sendo feitas', complementou.
Zimmermann também relembrou os desafios enfrentados pela prefeitura para tentar minimizar o impacto causado pela obra na região. 'Desenvolvemos uma assessoria comunitária para o contato direto com a comunidade, com telefone à disposição 24 horas. O desafio era desenvolver uma obra desse tamanho em uma região densa e com o menor impacto possível para a população', esclareceu. Também foi necessário implantar, em parceria com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), um plano de desvios de trânsito que não causasse atraso nos trabalhos. 'Além disso, para diminuir o impacto, fizemos um monitoramento ambiental in loco, com biólogo na equipe de coordenação da obra. Também tínhamos autorização para suprimir 408 árvores e retiramos apenas 76.'
O DEP também precisou fazer alterações no projeto original, desviando a obra para a Cristóvão Colombo. A mudança foi necessária para atender ao pedido da comunidade da Marquês do Pombal, contrária à poda de árvores da região. Outro problema enfrentado foi na rua Mata Bacelar, quando, em 4 de novembro de 2005, uma chuvarada atingiu a região. 'Levamos três meses para a recuperação do canteiro de obras', disse.
(Correio do Povo, 12/03/2008)