O fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, afirmou, por meio de nota, que só participará do Consórcio Madeira Energia caso sejam atendidos seus princípios de "responsabilidade socioambiental, econômico e jurídico". Um dos motivos seria o atendimento de sua política de responsabilidade social e sua adesão, no ano passado, aos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), iniciativa das Nações Unidas.
A nota é uma resposta à campanha iniciada pela ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, que enviou carta ao fundo de pensão e iniciou uma petição online criticando o interesse da Petros nas usinas do Rio Madeira. "É importante que a sociedade civil monitore os compromissos socioambientais de grandes investidores e bancos, para que eles não fiquem apenas no discurso", argumenta Gustavo Pimentel, gerente do Programa Eco-Finanças da entidade. "Esperamos agora uma resposta formal da Petros e a manifestação do Funcef", arremata.
O Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, também havia anunciado interesse em investir na usina de Santo Antônio, em parceria com a Petros. Ambos pretendem aumentar sua carteira em projetos de infra-estrutura. O fundo da Caixa também é signatário de compromissos socioambientais, tais como o PRI.
Petição
A Amigos da Terra lançou na semana passada uma petição online, que pode ser assinada por qualquer internauta. Segundo a petição, o investimento da Petros e Funcef nas usinas do Madeira poria em risco o patrimônio dos aposentados dos fundos, em função das elevadas incertezas ambientais, sociais e financeiras do projeto. A própria Amigos da Terra já teria entrado com Ação Civil Pública pedindo o cancelamento da licença ambiental, que teria sido concedida pelo Ibama de forma irregular. Segundo Pimentel, "após algumas centenas de emails, os dirigentes dos fundos terão que se posicionar e assumir suas responsabilidades".
Veja a petição aqui.
(Amazonia.org, 11/03/2008)