Por causa do desmatamento, os moradores de Belém vêm enfrentando um problema assustador: cobras. Sem alimento e sem espaço, elas têm invadido terrenos baldios e casas da capital paraense. A derrubada da floresta e o desequilíbrio ambiental são apontados pelo Ibama como a principal causa do problema.
- Com a perda do ambiente, do habitat da floresta, deixa de existir a presa que o animal se alimenta, que são os animais silvestres - explica a veterinária do Ibama-PA, Maria do Carmo Santa Brígido.
Em Belém, uma família encontrou uma sucuri de três metros no banheiro de casa. A cobra estava escondida na tubulação do esgoto.
- A gente não acreditou que era uma coisa daquele tamanho na tubulação na nossa casa - disse uma jovem.
A ocupação desordenada na cidade e a forte chuva na Amazônia, nesta época do ano, contribuem para o crescente número de casos. Em um quartel, os bombeiros têm capturado cerca de dez cobras por semana na Região Metropolitana de Belém.
- De imediato, deve-se isolar a área, evitar qualquer tipo de contato e acesso a qualquer pessoa, principalmente crianças e idosos e acionar pelo 190 o Corpo de Bombeiros - recomenda um bombeiro.
Imagens de um cinegrafista amador registraram uma sucuri de cinco metros, capturada em um sítio próximo à área urbana de Mocajuba, no nordeste do estado. Na periferia de Belém, os moradores também temem o perigo.
- Meu olho foi certo na cobra. Fiquei com medo até para estender a roupa no varal - conta uma dona de casa.
Em Parauapebas, sudeste do Pará, uma sucuri foi descoberta em um terreno abandonado. A cobra virou atração, mas foi devolvida à natureza.
(O Globo, 11/03/2008)