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2008-03-12

O custo econômico de enfrentar os desafios da mudança climática é muito menor do que a inação, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), bloco que entre seus 30 membros inclui todas as economias do Norte rico. A passividade dos governos diante da mudança climática agravará a extinção de espécies, a escassez de água e a proliferação de doenças, alerta o estudo “Perspectivas ambientais para 2030”, elaborado pela OCDE. O documento faz eco ao chamado no sentido de serem tomadas medidas feito em outros informes, como os do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, de novembro, e o do economista britânico Nicholas Stern, de outubro de 2006.

A análise da OCDE sugere políticas concretas para reduzir as ameaças derivadas do aquecimento. Entre elas menciona a adoção de novas tecnologias “limpas”, a aplicação de um imposto a atividades contaminantes e a colocação em prática de um “mercado de carbono”, que permitia a transação de autorizações de emissão. “Se não se fizer nada, as perspectivas globais se mostram mais sombrias. Mas as soluções estão disponíveis, podem ser alcançadas e são acessíveis, devido à riqueza acumulada das nações, em comparação com as alternativas e o custo da falta de ação”, afirmou o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, ao apresentar o estudo à imprensa, em Oslo.

Segundo o informe, com a adoção de novas políticas as emissões de gases causadores do efeito estufa podem aumentar em 13%, diante dos previstos 37% que se registraria se nada for feito. Isso permitirá reduzir o risco de severos fenômenos climáticos como secas, inundações e fortes tempestades. Se não forem aplicadas as recomendações – alerta o estudo – até 2030 terá desaparecido uma variedade maior de espécies animais e vegetais. Por outro lado, as mortes prematuras de seres humanos devido à contaminação do ar e à ação de agentes químicos aumentarão. Além disso, a OCDE diz que um bilhão de pessoas se somarão aos 3,9 bilhões que já vivem em áreas afetadas por uma grave escassez de água potável.

O documento destaca que as mudanças ambientais estão em curso. Mas, os desafios fundamentais podem ser enfrentados a um custo aproximado de 2% do produto bruto global, acrescenta o informe. Isto implica que até 2030 a economia mundial terá crescido 97%, em lugar da previsão atual de uma expansão de 99%, segundo os autores do estudo. “Esta redução de 2% no produto mundial significa uma redução entre 0,01% e 0,2% por país e por ano até 2030, algo que resulta relativamente razoável e que colocará o mundo em uma posição melhor daqui a 30 ou 50 anos”, disse Gurría à IPS.

A OCDE também se refere a um cenário alternativo mais caro, no qual se seriam sacrificados 2,5% do produto bruto mundial até 2050, com o objetivo de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 39% com relação aos seus níveis de 2000. É fundamental assegurar que os países em desenvolvimento não se vejam obrigados a pagar a totalidade do custo das medidas propostas, alertou John Hontelez, secretário-geral do Escritório Econômico Europeu, uma federação de organizações da sociedade civil.
“O problema com o estudo da OCDE é que todos estão olhando para a China e a Índia. É certo que ali está se registrando um rápido crescimento econômico e que, naturalmente, não devem repetir nossos erros. Mas isto não implica que os europeus não tenham uma forte responsabilidade’, disse Hontelez à IPS. “A Nações Unidas, os Estados Unidos e outros países integrantes da OCDE ainda são os maiores contaminadores do mundo e, considerando o nível de emissões por habitante, continuarão sendo nos próximos 40 anos”, acrescentou. “Temos a enorme responsabilidade de reduzir nossa contaminação e desenvolver as tecnologias que possibilitem desfrutar de uma sociedade próspera, mas com um pequeno uso de energia”, afirmou Hontelez.

Também advertiu que os países pobres não adotarão novas política se as nações ricas não colocarem em prática medidas semelhantes. O Norte industrial agirá de forma pouco inteligente se assumir uma atitude que ignore o sofrimento dos países em desenvolvimento, os mais vulneráveis às ameaças ambientais, disse Hontelez. “No longo prazo, os ricos não poderão proteger a si mesmos dos perigos da mudança climática. Em parte porque prejudicará nossas economias, mas também porque se a situação nas nações em desenvolvimento piorar muito haverá uma crescente instabilidade e insegurança, guerras por recursos naturais e um enorme crescimento das migrações para o Norte”, ressaltou. “A mudança climática não é o único problema do mundo, mas é um dos mais sérios, definitivamente. E serão os pobres que ficarão com a pior parte se nada for feito para evitá-lo”, concluiu Hontelez.


(Por Tarjei Kidd Olsen, IPS, Envolverde, 11/03/2008)


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