Projeto dos moradores busca mostrar as diferenças entre arroio e valão
Conscientizar a população sobre a preservação do meio ambiente tem sido a bandeira levantada por educadoras de seis escolas canoenses. “O projeto Araçá Nosso Rio Guri busca valorizar os espaços, trabalhando em sala de aula assuntos referentes à ecologia. Queremos proteger o que é nosso”, afirma a eco-pedagoga Maria Inês Pacheco. O grupo estuda desde 2005 a situação do Arroio Araçá que, por sua poluição, é facilmente confundido com uma vala (escavação longa e larga para receber águas que escorrem).
Das periódicas visitas do grupo aos pontos do arroio (abertura de terra que possui nascente e é formada por diversas correntes de água) já mapeados no município formou-se uma galeria de fotos que está disponível na Internet. As comunidades, presentes no site de relacionamentos Orkut, Arroio Araçá preciso de amigos e Arroio Araçá nosso Rio Guri disponibilizam as ações de defesa ao arroio realizadas pelas escolas Cofrinho de Mel, João Paulo I, Tancredo Neves, Espírito Santo, Gomes Jardim e Margot Giacomazzi.
A iniciativa surgiu de algumas moradoras do Residencial Hércules que buscavam mostrar à comunidade as diferenças entre arroio e valão. “Eu me perguntava: será que moro próximo a um valão”, questionava-se Maria Inês. Buscando solucionar esta confusão, a problemática passou a ser abordada nas escolas e em encontros com a comunidade. “Sabemos que o arroio nasce na Fazenda Guajuviras e desemboca no Delta do Jacuí. Ao longo deste percurso há toda uma reserva natural que precisa ser conhecida e preservada”, observa a diretora da Escola Municipal Tancredo Neves, Renita Rossato.
Desde o início das atividades, as educadoras contabilizam a realização de caminhadas ecológicas, eventos comemorativos como a Semana do Meio Ambiente e o dia da água além da exposição de fotos e trabalhos feitos pelos alunos. Entre as propostas defendidas pelas educadoras está a criação de uma trilha ecológica no Residencial Bela Vista. A ação foi incluída no Plano Diretor da cidade buscando a preservação da mata ciliar, diminuição da poluição hídrica e a criação de uma política habitacional para a qualificação da paisagem próxima à rua Amor Perfeito.
(Por Cláudia Boff, Diário de Canoas, 11/03/2008)