Pelo menos duas ocorrências avivaram os boatos de que o grupo finlandês Stora Enso teria cancelado seu projeto de US$ 1,2 bilhão no RS: 1) a mudança do escritório central de Porto Alegre para Rosário. 2) a invasão da fazenda Tarumã, em Rosário, por bandoleiras mascaradas da Via Campesina.
A Stora Enso não atravessou o Rubicon em direção ao Uruguai. Isto é oficial.
Como a Stora Enso, Aracruz e VCP começaram a investir, cada uma, pelo menos US$ 1,2 bilhão no RS, tudo na Metade Sul. São valores jamais vistos em qualquer setor da economia do RS, nem mesmo no petroquímico ou automotivo.
O apoio político do governo estadual, dos prefeitos e da Assembléia, da Fiergs, Federasul e Farsul, é um contraponto formidável à vanguarda do atraso, mas é preciso mais.
Neste momento, o grupo finlandês aguarda apenas a aprovação do projeto do senador Zambiasi, que diminui de 150 para 50 kms a faixa de fronteira sobre a qual a Stora não poderá comprar terras para seu projeto de florestamento.
A invasão de Rosário causou insegurança e desconforto, mas as empresas da cadeia florestal sabem que as esperam na esquina a vanguarda do atraso.
Assim, não procede a informação de que a Stora Enso está deixando no Rio Grande do Sul, onde começou a investir US$ 1,2 bilhão. A empresa resolveu concentrar sua atenção na consolidação das operações de plantio, cuja base administrativa está sediada no escritório de Rosário do Sul. A empresa vai se concentrar no que é possível fazer hoje: continuar formando uma base florestal em áreas que já tem.
Para 2008, o planejamento é plantar 10 mil hectares, área superior à que foi plantada nos dois anos anteriores. Os plantios serão distribuídos nos oito municípios que compõem a área de interesse do empreendimento. O número de empregos irá a 600 até o final do ano.
O escritório de Porto Alegre será fechado em março.
A compra de terras continua suspensa até que se obtenha uma solução clara para a compra de terras na faixa de fronteira.
(Políbio Braga, 11/03/2008)