A Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa catarinense prossegue as audiências sobre o projeto de criação da Reserva Extrativista (Resex) da Pesca Artesanal em Imbituba e Garopaba, no Litoral Sul do Estado.
Nesta quarta-feira (12/03) será ouvido o coordenador geral de Gestão e Criação de Reservas Extrativistas do Ibama, Alexandre Cordeiro, que irá prestar informações sobre o processo que já se estende há cinco anos.
Uma outra audiência pública foi realizada na segunda-feira (10/03) para encaminhar pedido de suspensão da criação da Resex em Imbituba e Garopaba. De acordo com a chefe da Área de Proteção Ambiental Baleia Franca, em Garopaba, e servidora do Instituto Chico Mendes, órgão federal e um dos responsáveis pela elaboração da área, Maria Elizabeth Carvalho da Rocha, a audiência não tem peso no andamento do processo.
- Existe um roteiro metodológico para o construção de um procedimento como esse - explicou Rocha.
Nem todos os 200 pescadores que participaram da audiência concordam com as idéias de que a reserva extrativista, que prevê a utilização de uma área que se estende por 30 quilômetros do Litoral mar adentro, irá prejudicar o turismo local e a sobrevivência de quem vive da pesca. De acordo com Lédio da Silveira, que é presidente da Associação de Pescadores da Praia de Ibiraquera, em Imbituba, a implementação da Resex é fundamental para que os pescadores mantenham sua sobrevivência.
O prefeito de Imbituba, José Roberto Martins, que é empresário e já foi presidente da Associação Empresarial de Imbituba, explicou que a criação da reserva se deu de forma silenciosa e movida por interesse de alguns ambientalistas.
- Nós somos contra, assim como os pescadores e maioria da população dos dois municípios. Não sou contra o meio ambiente, nós tomamos várias medidas para preservar nossas belezas, como o plano diretor, mas desta forma vamos inviabilizar o desenvolvimento do município - afirmou o prefeito.
(Por Nanda Gobbi, Diário Catarinense, 12/03/2008)