O Ministro de Minas e Energia, Édson lobão, afirmou na segunda-feira que o governo já tomou a decisão política de construir duas usinas hidrelétricas nas fronteiras com Argentina e Bolívia.
Segundo ele, ainda esse mês ministros dos três países vão se reunir para discutir o tema. O projeto inicial prevê que as duas usinas tenham capacidade de 12 mil megawatts.
"A decisão política já foi tomada... vamos fazer o levantamento para saber quando elas vão ser construídas", afirmou Lobão após participar da cerimônia de posse do novo presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes.
Lobão e Lopes garantiram que as empresas do sitema Eletrobrás não vão participar do leilão da Cesp programdo para esse mês. Eles disseram que a prioridade da Eletrobrás será investir em novos projetos de energia e descartaram os comentários sobre uma possível reestatização do setor elétrico brasileiro.
"O sistema Eletrobrás não o fará, mas estamos interessados em carga nova", disse Lobão em discurso, ao frisar que as controladas do grupo manterão a estratégia em futuros leilões de entrar como minoritários em parceria com empresas privadas.
O ministro de Minas e Energia afirmou ainda que o governo vai evitar ao máximo o repasse da alta do petróleo para o mercado interno.
"Estamos segurando desde 2005. Haveremos de conseguir segurar por mais algum tempo... Tudo quanto o governo puder fazer para não impactar o bolso do consumidor, o fará".
PLANOS PARA A ELETROBRÁSO novo presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, disse na sua posse que pretende pulverizar o capital do grupo para permitir o acesso de acionistas minoritários.
A mesma promessa já tinha sido feita pelo o ex-presidente da estatal, Aloísio Vasconcellos.
"Na reunião de maio o conselho de administração vai deliberar sobre isso", afirmou.
Outro plano da estatal é lançar ADRs de nível 2 na bolsa de Nova York.
"A determinação do presidente da República é que a Eletrobrás seja um player do setor tal qual a Petrobras. Temos uma série de amarras para poder chegar a esse patamar", declarou o executivo, lembrando que a MP 396, que pode ser votada na terça-feira, trata desse projeto de modernização da estatal.
(Reuters Brasil,
FGV, 11/03/2008)