Foi assinado segunda-feira à noite o protocolo de intenções entre a Prefeitura de Paragominas, a Secretaria Executiva de Meio Ambiente (Sema) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) que tem como objetivo fazer de Paragominas o primeiro município verde da Amazônia. 'Teremos um plano municipal de combate ao desmatamento, o zoneamento ecológico econômico com práticas sustentáveis corretas. Tudo isso vai não só proteger a natureza, mas gerar cada vez mais emprego e renda', afirmou o prefeito Adnan Demachki.
Ocupado há mais de 40 anos e com cerca de 55% de mata preservada, Paragominas foi o primeiro município da região a realizar o manejo florestal e se notabilizou pela atividade agropecuária. 'O desafio agora é conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental', ressaltou Beto Veríssimo, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Valmir Ortega, titular da Sema, elogiou a iniciativa de combate ao desmatamento com a criação de uma agenda ambiental para o município, além do esforço no sentido do zoneamento, que oriente o desenvolvimento de Paragominas respeitando o meio ambiente. Segundo ele, serão realizados estudos específicos para acelerar o zoneamento ecológico-econômico.
Indagado sobre o que o empresário e produtor rural de Paragominas poderão esperar do governo estadual nessa empreitada ecológica proposta pela prefeitura de Paragominas, Valmir Ortega disse a proposta é dar segurança para que se possa desenvolver e crescer com sustentabilidade. 'Empresas e segmentos dispostos induzir o crescimento econômico, respeitar a legislação e o meio ambiente terão no Estado um parceiro.'
Ele admite que existem problemas ambientais sérios e atividades econômicas que se sustentam na ilegalidade. 'A atividade madeireira é uma das mais importantes para o Estado, mas o segmento que não consegue se legalizar terá como resposta a fiscalização, o combate efetivo, para que se consiga reduzir a pressão sobre a floresta.'
De acordo com o representante da ministra Marina Silva, André Lima, Paragominas vai melhorar a produtividade nas áreas que já foram abertas, e ao mesmo tempo controlar seus recursos naturais e o processo de recuperação dessas áreas.
O representante do Ministério do Meio Ambiente rebateu as críticas contra a operação Arco de Fogo e afirmou que em Tailândia as medidas emergenciais fazem parte de um conjunto de medidas de apoio à atividade econômica da região. Essas medidas virão, no entanto, a médio prazo. Para ele, a ação em Tailândia 'demonstra que o poder público está agindo articuladamente, através de vários órgãos, para combater o crime ambiental na Amazônia.'
(O Liberal,
FGV, 11/03/2008)