O início da operação Arco de Fogo, ontem (10/03), em Sinop pelo Ibama, Polícia Federal e Força Nacional de Segurança repercutiu não apenas no setor madeireiro -que também virou alvo da operação- mas na Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Esta tarde, o secretário-adjunto de mudanças climáticas da Sema, Afranio Cesar Migliari, disse que governo foi pego de surpresa, principalmente pela operação ter iniciado sem a presença da Sema, já que uma ação conjunta vinha sendo planejada e foi amplamente discutida. "Conversei pessoalmente com a ministra (Marina Silva) e falamos de uma ação conjunta envolvendo órgãos federais e estaduais em Mato Grosso. Fizemos várias reuniões para padronizar procedimentos de vistoria, para que não houvesse nenhum tipo de ação, como esta que está acontecendo”, declarou.
Migliari disse que fica o sentimento de traição. "O que nos surpreende é que no momento em que o governo de Mato Grosso começa a duvidar de números do Inpe, posteriormente vem uma operação como esta, que nos prontificamos a trabalhar juntos”, acrescentou. Inicialmente, a operação seria nos 19 municípios apontados pelo INPE com aumento considerável em desmatamentos nos últimos meses do ano passado. Mas as indústrias madeireiras também viraram alvos. Pela manhã, conforme Só Notícias já informou, a do presidente do Sindusmad, José Eduardo Pinto, foi a primeira a ser fiscalizada e agentes armados com metralhadoras ficaram em frente ao estoques de toras enquanto fiscais faziam medições e conferiam documentação.
Atualmente a gestão florestal de Mato Grosso é responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, e os critérios utilizados para quaisquer trabalhos são diferentes dos órgãos federais. Mesmo assim, Migliari descartou que a operação a Arco de Fogo faça o Estado entregar o controle da gestão para o Governo Federal, como em anos passados.
A Assembléia Legislativa também pronunciou-se sobre a situação. De acordo com o vice-presidente, Dilceu Dal'Bosco, os deputados acompanharão a operação, para posteriormente discutirem ações práticas que podem ser desenvolvidas.
No sábado, o governador Blairo Maggi voltou a questionador os dados do INPE e disse que "apenas 6%" do total apontando pelo instituto são de desmates recentes.
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Só Notícias, 11/03/2008)