A capacidade de geração de eletricidade renovável dobrou desde 2004, alcançando cerca de 240 gigawatts (GW) ao redor do mundo em 2007 e empregando 2,4 milhões de pessoas. Os dados são do relatório Renewables 2007 Global Status (Estado global das renováveis em 2007, na tradução livre), produzido pela Rede de Energias Renováveis para o século 21 (REN21, na sigla em inglês) em colaboração com Worldwatch Institute.
Mais de US$100 bilhões foram investidos somente em 2007, divididos entre capacidade energética, construção de usinas e pesquisa e desenvolvimento. As renováveis representam 5% da capacidade energética global e 3,4% da geração energética global, segundo o relatório da REN21, uma aliança internacional de pesquisas em energia limpa, com sede em Paris.
“Aconteceu tanta coisa no setor energético nos últimos cinco anos que a percepção de alguns políticos e analistas do setor está longe da realidade de onde as energias renováveis estão hoje”, disse o presidente da REN21, Mohamed El-Ashry.
A energia eólica é a que representa a maior fatia da geração renovável, com um crescimento de 28% no mundo em 2007, alcançando estimados 95GW. Por outro lado, as redes de conexão de painéis fotovoltaicos (PV) é a tecnologia que cresce mais rapidamente no mundo, com um aumento anual de 50% na capacidade instalada acumulada de 2006 e 2007, para estimados 7,7 GW. Isto se traduz em 1,5 milhões de casas com painéis solares alimentando a rede mundial.
“Os coletores de aquecimento solar em telhados fornecem água quente para cerca de 50 milhões de residências de todo o mundo e aquecimento interno para um crescente número de casas”, informa o documento. A capacidade de geração de água quente e aquecimento residencial aumentou 19% em 2006, alcançando 105 gigawatts-termal (GWth) globalmente.
O número de países que utilizam biomassa e energia geotérmica tanto para energia quanto para aquecimento vem aumentando. Mais de dois milhões de canos subterrâneos para aquecimento são usados em 30 países para o condicionamento do ar.
A produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel) excedeu uma estimativa de 53 bilhões de litros em 2007, uma alta de 43% em relação a 2005. A produção de etanol em 2007 representou cerca de 4% dos 1,3 bilhões de litros de gasolina consumida globalmente. Anualmente a produção de biodiesel aumentou em mais de 50% em 2006.
“Está claro depois da reunião dos ministros ambientais em Mônaco e do relatório do REN21 que nós começamos a ver elementos de uma economia verde emergente, abastecida pelos acordos de mudanças climáticas existentes e a perspectiva de reduções de emissões mais profundas e decisivas no pós-2012”, afirma o diretor executivo do programa ambiental das Nações Unidas (UNEP), Achim Steiner.
Países em desenvolvimento
Energias renováveis, especialmente pequenas hidrelétricas, biomassa e painéis fotovoltaicos fornecem eletricidade, aquecimento, energia motor e bombardeamento de água para mais de dez milhões de pessoas em áreas rurais de países em desenvolvimento.
El-Ashry atribui muito do rápido avanço às metas de energias renováveis que vigoram em pelo menos 65 países ao redor do mundo. Países em desenvolvimento detêm mais de 40% da capacidade de energia renovável existente, mais de 70% da capacidade de aquecimento solar de água e 45% da produção de biocombustíveis. A maioria da metas diz respeito ao compartilhamento de produção elétrica, energia primária e energia final em um ano futuro.
“Políticas para o aquecimento solar de água e biocombustíveis têm crescido substancialmente. Leis para incorporação de água quente solar em novas construções representam um padrão forte e crescente a nível nacional e local. Muitas jurisdições também oferecem subsídios ou programas de promoção da água quente solar”, traz o relatório da REN21.
O presidente da Worldwatch, Chris Flavin, disse que o relatório mostra que a energia renovável está pronta para dar uma contribuição significante para alcançar as necessidades energéticas e reduzir o crescimento das emissões de dióxido de carbono nos próximos anos. “A ciência está nos dizendo que devemos reduzir substancialmente as emissões agora, mas isto só acontecerá com políticas ainda mais fortes para acelerar o crescimento das energias limpas”, disse.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações do REN21 e Renewable Energy World, 10/03/2008)