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febre aftosa
2008-03-11

Ao comparar a febre aftosa com a poliomielite, o diretor da Panaftosa, Albino Belotto, abriu o Seminário Internacional América do Sul Livre da Febre Aftosa, na manhã de ontem, no Hotel Embaixador. Ele se referiu ao controle permanente da doença que causa paralisia em humanos, apesar de erradicada no País. Segundo Belotto, se o Brasil vacina as crianças todos os anos, é preciso usar o mesmo rigor no controle da doença que atinge o gado. O seminário, que encerra-se hoje, é uma prévia para a 35ª Reunião Sul-Americana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), que se realiza nos dias 13 e 14, também em Porto Alegre.

O coordenador do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, Nilton Moraes, falou sobre a necessidade de manutenção das parcerias entre países vizinhos para o controle da doença nas fronteiras. Ele destacou o que é feito entre Brasil e Paraguai na região do Mato Grosso do Sul, considerada zona de alta vigilância. "Desde 2006 intensificamos os trabalhos naquela região, buscando um controle maior da fronteira, com objetivo de evitar novo foco da doença naquele estado", explicou. Segundo ele, naquele ano houve uma solicitação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para que fosse intensificada a fiscalização de fronteira também na Argentina e Bolívia.

Outra área de grande preocupação para o Brasil é a fronteira norte. Na Bolívia, Venezuela e no Equador há focos de febre aftosa que afetam o gado da região amazônica. Apesar de ser um rebanho de poucas cabeças e que não contamina as regiões de grandes produtores e exportadores, Moraes afirma que é preciso intensificar o controle e buscar a erradicação também naquela região. Quanto a possibilidade de que a existência de aftosa na Amazônia possa prejudicar o mercado exportador, Moraes foi taxativo. "O Brasil é reconhecido pelos mercados mundiais pela sua capacidade de isolar e controlar focos", afirma. Ele destaca que 90% do rebanho brasileiro estão em área livre da aftosa e que isso representa uma ocupação de 59% do território.

Na primeira palestra da manhã, a economista e pesquisadora do instituto Ícone falou sobre a produção animal. Leila Harfuch destacou que, em termos de mercado, o preço da carne está em alta, o que vem beneficiando os produtores. "Com isso, eles puderam fazer novos investimentos em insumos", disse Leila. A pesquisadora ressaltou que o preço deve se manter em alta nos próximos dois anos. Sobre o crescimento no consumo, Leila destacou que o frango tem índice mais alto que as demais carnes, chegando a 3,5% ao ano. Em segundo lugar está a carne de suínos, com 2,8% de crescimento ao ano. O consumo de bovinos é o que apresenta a menor taxa de crescimento no consumo: 1,4% ao ano.

Representantes de 11 países acompanham o seminário. Neste primeiro dia, aproximadamente 400 pessoas participaram das palestras. O mesmo público deve permanecer para a 35ª Cosalfa, que inicia-se na quinta-feira. Representantes de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela devem traçar um documento com propostas linhas de ação no combate da febre aftosa para os próximos anos ao final da Cosalfa, na sexta-feira.
 
(JC-RS, 11/03/2008)


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