O Conselho Indigenista Missionário - Cimi - apóia a ação das mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul na luta contra o agronegócio e em defesa da soberania alimentar da população brasileira. Também torna público o repúdio à desumana repressão da Brigada Militar do estado às mulheres e suas crianças ao participarem de protesto contra a multinacional sueco-finlandesa Stora Enso, na última terça-feira, 4 de março, no município de Rosário do Sul (RS).
O Cimi compartilha do protesto destas mulheres ao denunciarem a ilegalidade da Stora Enso, que, pela legislação brasileira, não pode adquirir terras na faixa de 150 km de fronteira do Brasil com outros países como vem acontecendo. Enquanto mães, trabalhadoras e defensoras da vida, estas mulheres se pronunciaram contra as grandes áreas de plantação de eucaliptos, constituindo-se em verdadeiros desertos verdes nas terras brasileiras, conseqüência da aliança celebrada pelo governo com os grupos econômicos transnacionais que investem em celulose e no agronegócio.
O resultado dessa política é a expansão dos monocultivos de soja, cana-de-açúcar e eucalipto, o que tem gerado a invasão e a depredação dos territórios tradicionais de diversos povos indígenas, bem como os têm submetidos a situações de graves violências e de extrema miséria.
O Cimi compactua com as reivindicações das mulheres da Via Campesina e soma-se a elas ao pedir a retirada dos projetos, no Senado e na Câmara Federal, que propõem a redução da Faixa de Fronteira, visando favorecer aos interesses de empresas como a Stora Enso.
O Cimi defende o direito à livre manifestação das organizações sociais e dos movimentos populares e rejeita qualquer forma de repressão a este direito, principalmente com o uso de violência. O Cimi partilha a dor, a luta e a coragem destas mulheres.
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CIMI - Conselho Indigenista Missionário, 10/03/2008)