O uso mais eficiente da energia elétrica e da água em estações de bombeamento em granjas de arroz, na Fronteira Oeste do Estado, ajuda os produtores a reduzir em até 43% a demanda de energia e a despesa média deste insumo na lavoura, em alguns casos de até 70%. O assunto foi tema de apresentação pelo coordenador de Eficiência Energética da Aessul, Lissandro Pires, durante a Abertura da Colheita do Arroz, em Cachoeirinha, no último final de semana.
Pires informa que a empresa trabalha com o setor orizícola desde 2000, na conscientização e mobilização dos produtores. Em 2003, iniciou a execução e atualização técnica de projetos, com ações focadas e objetivas, usando os projetos como modelo e instrumento de divulgação e mobilização dos demais produtores. No ano passado, a Aessul, em parceria com a empresa APS Engenharia, de Porto Alegre, realizou 128 projetos de eficiência energética na Fronteira Oeste. O resultado médio de redução de energia e demanda foi de 43%, com aumento médio da lavoura de 40%, diz Pires. “A cada R$ 7,00 investidos em eficiência energética se economiza R$ 34,00 de investimentos em geração, transmissão e distribuição de energia”, diz.
Segundo ele, é mais barato para a sociedade e País promover ações de eliminação de desperdício do que investir na expansão de infra-estrutura. A Aessul atua em 120 municípios gaúchos, aproximadamente um terço da área geográfica do Estado.
Atende 1,1 milhão de clientes e possui faturamento anual bruto de R$ 2,1 bilhões. Na região Centro-Oeste, os maiores municípios são Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Santa Cruz, Santa Maria, Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento. “60% do arroz consumido no País é produzido na área de concessão da Aessul, basicamente em cinco municípios, Itaqui, Uruguaiana, Maçambará, São Borja e Alegrete”.
O coordenador explica que a expansão dos projetos se dá a partir de parcerias com empresas, universidades, produtores, consultores. “Trata-se da união de esforços que acarretam em resultados técnicos e econômicos na melhoria dos projetos”. Segundo ele, o conceito de eficiência energética se baseia no gerenciamento adequado do processo produtivo e pode ser aplicado em qualquer cadeia ou segmento produtivo, que utilize insumos energéticos, seja energia elétrica, óleo diesel, gás natural, madeira, casca de arroz ou água. “O que se faz é otimizar o sistema elétrico, eliminando investimentos desnecessários. Com isso, o produtor reduz os seus custos e há melhoria da qualidade da energia fornecida a todos os consumidores”.
CEEE prioriza os prédios públicos
As ações do programa de Eficiência Energética da CEEE, que atua na Zona Sul ainda não chegou à lavoura de arroz. A Companhia prioriza prédios públicos como hospitais, prefeituras e escolas, além de entidades filantrópicas e consiste na troca de equipamentos e lâmpadas por outros mais econômicos. “Não é uma questão fechada. Por enquanto estamos voltados para este público-alvo, mas a aplicação da eficiência energética na área agrícola é uma questão a avaliar”, diz o chefe do Departamento de Meio Ambiente e Eficiência Energética da CEEE, André Luiz Panitz. Segundo ele, o programa da Companhia é dividido em ciclos. O primeiro foi iniciado em 2000 e de lá para cá, foram realizados seis em início do sétimo. Até agora, a economia do programa foi de 37 gigawatts.
(Por Luciara Schneid, Diário Popular, 10/03/2008)