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febre aftosa
2008-03-10

Os principais temas relacionados à questão da febre aftosa e suas implicações em todo o continente americano começam a ser debatidos hoje, em Porto Alegre, durante a 35ª Reunião da Comissão Sul-americana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa). Até sexta-feira serão discutidos temas como a situação da doença em áreas de persistência e as novas formas de cooperação técnica entre as agências internacionais dos países americanos.

Entre amanhã e quarta-feira será realizado o seminário internacional com o tema América do Sul Livre de Febre Aftosa: Novos Paradigmas. O evento tratará da possibilidade de erradicar a doença do continente, partindo de uma análise da situação atual. "Será discutida a metodologia de trabalho para que se consiga erradicar a enfermidade, além da apresentação de propostas para criar e instalar programas de prevenção para a manutenção do status de livre de aftosa, nossa meta até 2009", afirma o presidente do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), Albino Belotto.

Ele acrescenta que o evento também terá importância especial, devido à necessidade de discutir as diretrizes estratégicas do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa) para dar cumprimento às metas de erradicação da doença bem como discutir a situação atual da Febre Aftosa no Continente. "A idéia é reunir representantes agropecuários dos setores oficial e privado de 11 países da América do Sul - Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela."

O presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte e representante do Grupo Interamericano de Erradicação da Aftosa, Sebastião Guedes, disse que países como Paraguai, Bolívia e Equador têm casos persistentes de aftosa que precisam ser resolvidos. "Vamos buscar formas de reverter essa situação, com aporte de verba, pois a meta é erradicar até 2009 em todo o continente."

Guedes destaca a importância de se discutir também a insistência da Argentina de importar vírus da aftosa da Ásia para a produção de vacinas. "Isso é um grande risco, pois se o vírus escapa será uma calamidade para o rebanho brasileiro." Outro debate que voltara à pauta diz respeito à possibilidade de o status sanitário passar para livre de aftosa sem vacinação. "O Rio Grande do Sul precisa analisar a circulação viral, caso esteja baixa não há impedimento para ir deixando, aos poucos, de vacinar," avalia Guedes.

Entre outros temas que serão debatidos estão a situação dos programas nacionais de erradicação da doença por regiões como Cone Sul, área andina e área amazônica e Brasil. Também serão discutidos programas de países como Bolívia, Equador e Venezuela, seu estado atual e perspectivas. Há oito anos o evento não é realizado no Brasil. Segundo o deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), "a escolha do Estado como sede da Cosalfa vai representar um importante passo para que Rio Grande do Sul possa ter status de zona livre de aftosa sem vacinação em breve", enfatiza.
A Cosalfa tem como objetivo atuar como mecanismo de coordenação regional para promover linhas de ação, coordenar e avaliar as atividades desenvolvidas na região para o controle e erradicação da febre aftosa no continente. O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa, junto com os países da Região das Américas, coordena as atividades do Phefa, cooperando com os países afetados pela febre aftosa na organização, desenvolvimento e fortalecimento dos programas nacionais e regionais para sua erradicação, bem como apóia os países livres na promoção de sistemas de prevenção desta doença. 

(JC-RS, 10/03/2008)


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