A capital paulista gera por dia 15 mil toneladas de lixo diariamente e seus dois aterros públicos estão fechados por não suportar mais o armazenamento de resíduos. Desta forma, de acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Serviços, todo lixo gerado na cidade está sendo destinado para aterros particulares, alguns fora do município.
O aterro sanitário Bandeirantes, localizado no bairro de Perus, foi desativado em março. Tinha capacidade para 40 milhões de toneladas de lixo, recebia em média 5,5 mil toneladas diariamente e operava desde 1979.
De acordo com a secretaria, o aterro está passando por estudos técnicos “com possibilidade de alongamento de vida útil ou utilização de uma nova área para receber os materiais”. Enquanto isso, a empresa que administra o Aterro Bandeirantes, Logística Ambiental de São Paulo SA (Loga), está encaminhando os resíduos para um aterro particular localizado na cidade de Caieiras.
O Aterro São João, localizado no bairro Sapopemba, foi desativado em agosto, quando uma área lateral do aterro desmoronou. Segundo a assessoria de imprensa da empresa que administra o aterro, Ecourbis Ambiental SA, o desmoronamento “não causou impacto ambiental e o aterro foi fechado preventivamente e quatro meses antes da sua capacidade de armazenamento e vida útil”. A empresa também está destinando o lixo ao aterro particular em Caieiras e a outros aterros particulares.
O local, em funcionamento desde 1992, recebia o lixo de 6 milhões de habitantes que fazem parte de 18 das 31 subprefeituras da capital, tinha capacidade para armazenar 30 milhões de toneladas. Chegavam ali diariamente 6 mil toneladas de resíduos sólidos. Segundo a assessoria de imprensa, além de estudar reverter a liminar que suspendeu a licença de um aterro numa área anexa ao aterro São João, a empresa avalia uma solução para reabri-lo e estender sua vida útil.
Segundo a Secretaria de Serviços, a ampliação do aterro na área anexa faz parte do contrato entre a prefeitura e a empresa. O novo local terá capacidade de receber diariamente 6,5 mil toneladas de lixo e vida útil prevista em dez anos.
De acordo com o secretário geral da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Walter Capello Junior, tanto o Aterro São João como a área anexa são de grande importância para São Paulo. Ele opina que, apesar das questões jurídica, técnica e ambiental, ambos devem começar a funcionar em breve.
“O São João tem possibilidade de ser ampliado e não há mais área em São Paulo para fazer aterros. A parte técnica foi toda refeita para receber resíduos e toda documentação está preparada.”
Capello Junior não tem a mesma opinião sobre o Aterro Bandeirantes: “Eu acho que não dá para estendê-lo, mas é uma coisa que precisa ser estudada e pensada”.
Ele avalia que a mobilização popular e o apreço jurídico para as questões dos aterros, sobretudo pelo impacto ambiental, “são fatores normais de seguimento do processo e faz parte do debate”. E diz que a população pode contribuir muito com o problema do lixo nas grandes cidades, participando mais do ciclo de reciclagem e criando demandas de mercado para produtos recicláveis.
(Por Petterson Rodrigues, Agência Brasil, 09/03/2008)