Após uma invasão no Rio Grande do Sul na terça-feira (04/03), seguida de ação policial que deixou vários feridos, a Via Campesina fechou a semana com ações em quatro Estados. Além do protesto contra a Monsanto, no interior paulista, houve atos ontem no Paraná e em Pernambuco.
A Via Campesina promoveu manifestações em cinco municípios paranaenses, com grande participação de mulheres, já que no sábado (08/03) comemorou-se o Dia Internacional da Mulher.
Segundo o movimento, foram mobilizadas 1,5 mil pessoas. Os atos foram diante de escritórios da multinacional Syngenta Seeds, que acusam de crime ambiental e violência.
Em Londrina, no norte do Estado, um grupo com aproximadamente 300 pessoas ocupou uma praça e chegou a entrar no prédio onde fica o escritório da multinacional, mas depois saiu sem causar danos.
A Syngenta confirmou, por nota, que escritórios de venda foram alvo de manifestações e a unidade de Santa Teresa, à tarde, continuava invadida. "Reafirmamos nossa preocupação com as manifestações e os atos que tentam impedir o desenvolvimento da agricultura, trazendo prejuízos a todos: agricultores brasileiros, comunidade e economia do País", diz a nota. "Esperamos que não ocorra violência e acreditamos que por meio do diálogo sejam buscadas as soluções."
No Recife, aos gritos de "usineiros assassinos" e "basta de trabalho escravo", um grupo de mulheres jogou tinta vermelha na porta e nas paredes da sede do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar). No protesto, elas queimaram um molho de cana-de-açúcar e colaram cartazes na fachada do sindicato, contra o trabalho escravo e a monocultura da cana. A porta do sindicato foi fechada e não houve conflito.
No centro de Porto Alegre, cerca de 50 militantes do PSOL do Rio Grande do Sul protestaram contra a violência sofrida pelas mulheres da Via Campesina durante a desocupação da Fazenda Tarumã pela Brigada Militar, na terça-feira.
(Por Evandro Fadel, Angela Lacerda e Elder Ogliari, Agência Estado, 08/03/2008)