O Vale do Rio Pardo vai receber, até o final do próximo ano, R$ 85 milhões em investimentos no setor de energia. Os projetos do governo federal, da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) e da AES Sul – concessionária para a região – vão desde a substituição de postes até a construção de novas linhas de transmissão e de uma subestação, o que garantirá mais eficiência e segurança ao sistema.
O maior investimento, de R$ 53 milhões, virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por meio da Eletrosul, que venceu a licitação do governo federal em 2007. A subsidiária da Eletrobras será responsável pela construção e operação de uma linha de transmissão de 230 quilômetros entre a Usina Termelétrica Presidente Médici, em Candiota, e a subestação da CEEE-GT no bairro Vila Nova, em Santa Cruz do Sul.
O sistema terá 300 MVA de potência e ficará pronto 18 meses após a assinatura da concessão, prevista ainda para o primeiro semestre. A linha ampliará também a capacidade de intercâmbio de energia do Sistema Integrado Nacional. Segundo o coordenador de implantação da linha, José Roberto Nogueira, o investimento está em fase final de projeto e as obras devem começar em agosto. A previsão é que sejam gerados 350 empregos diretos no empreendimento, que exigirá alterações na subestação da CEEE-GT para receber a nova linha.
A Eletrosul vai abrir um escritório ao longo da linha e garante que Santa Cruz sentirá a movimentação de técnicos e equipamentos durante as obras. 'A nova linha vai aumentar a confiabilidade do sistema', frisou Nogueira. Com o objetivo também de aumentar a disponibilidade de energia na região do Vale do Rio Pardo, a CEEE-GT está aplicando R$ 13 milhões na construção de uma linha de transmissão de 18 quilômetros entre a subestação de Santa Cruz e a linha que interliga a usina de Itaúba – em Salto do Jacuí –, e a subestação de Charqueadas.
Hoje Santa Cruz recebe uma espécie de ramal da linha, mas com o investimento a energia virá direto de Itaúba.
A subestação da CEEE-GT passará a contar com duas fontes independentes: as linhas de Itaúba e Charqueadas. 'Com isso, iremos obter uma confiabilidade muito maior', frisou o presidente da companhia, José Francisco Pereira Braga.
A partir do segundo semestre deste ano, quando o investimento estará concluído, apagões como o que deixou 88 mil clientes sem luz em oito municípios da região por uma hora, no dia 14 de fevereiro, não deverão se repetir. Antes, porém, a subestação será modernizada para poder operar com duas fontes de alimentação. 'Ter um sistema de energia abundante e confiável é fundamental para o desenvolvimento de toda a região', acrescentou Pereira Braga. A AES Sul inaugura no próximo dia 17 a subestação de Sinimbu.
(Correio do Povo, 09/03/2008)