Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, desenvolveram um mapa que reproduz como eram as bacias oceânicas do mundo há 80 milhões de anos. Nele, o Brasil aparece praticamente "cercado" por água.
Em um estudo publicado na edição desta sexta-feira da revista científica "Science", os pesquisadores afirmam que o nível do mar era 170 metros mais alto do que o atual.
Para reproduzir as bacias oceânicas do período Cretáceo, os cientistas utilizaram dados geofísicos sobre as mudanças ocorridas com a produção da crosta oceânica, a acumulação de sedimentos e as fronteiras da placa tectônica.
O mapa apresenta uma combinação das mudanças do volume das bacias oceânicas ao longo de milhões de anos e do volume de água que seria produzido caso as camadas atuais de gelo do planeta fossem derretidas.
Clima quente
De acordo com os pesquisadores, o volume de água das bacias oceânicas do Cretáceo era maior do que o registrado atualmente devido ao clima quente na época, que derreteu todas as camadas de gelo da Terra.
O cientista Dietmar Müller, que liderou a pesquisa, diz que o estudo pode ajudar os pesquisadores a "entender melhor como a Terra poderá mudar no futuro".
O estudo prevê ainda que o nível do mar será reduzido em 120 metros nos próximos 80 milhões de anos.
Segundo os cientistas, o aumento do nível do mar, atribuído ao aquecimento global e ao derretimento das camadas de gelo observado atualmente, é apenas uma "breve interrupção na tendência geológica".
(Folha online, 08/03/2008)