O capitão do navio do grupo ambientalista Sea Shepherd, Paul Watson, afirmou nesta sexta-feira (07/03) que foi atingido por uma bala disparada de um baleeiro japonês no oceano Antártico, próximo à Austrália. Segundo Watson, ele só sobreviveu porque usava um colete à prova de balas.
A agência de pesca japonesa afirmou que os agentes da guarda costeira a bordo do baleeiro lançaram apenas algumas bombas de advertência contra o navio ambientalista. As bombas lançadas, segundo informou a agência, são usadas para controlar multidões e não são consideradas armas.
Watson afirmou que um dos tripulantes do seu barco havia lançado uma "bomba de cheiro" em direção ao navio japonês Nisshin Maru. A retaliação aconteceu com as bombas de advertência lançadas em direção ao navio da Sea Shepherd e com um tiro que atingiu o capitão.
"Eu senti o impacto no meu peito. Procurei a bala e a encontrei encravada no colete que eu usava. Poderia ter atingido meu coração caso não estivesse com o traje", afirmou Watson.
O departamento de relações exteriores da Austrália afirmou inicialmente que tiros de advertência foram disparado pelos tripulantes do barco japonês. Porém, mais tarde, afirmaram em comunicado que os japoneses informaram ter lançado três bombas de advertência, mas que nenhum tiro foi disparado.
Agentes da guarda costeira japonesa estão a bordo do baleeiro na região antártica. Eles subiram a bordo após os diversos conflitos dos baleeiros com ambientalistas, que protestam contra a caça às baleias.
"Há dois agentes a bordo do Nishin Maru. Eles estão armados com pistolas, mas não usaram neste incidente", afirmou um porta-voz da guarda costeira japonesa.
O ministro do Exterior australiano, Stephen Smith, pediu calma para os tripulantes do baleeiro e para os ambientalistas, enquanto o governo japonês criticou o ataque do Sea Shepherd.
(Folha online, com informações da Reuters, 08/03/2008)