A China anunciou ontem que vai usar um arsenal de medidas econômicas para mudar seu padrão de desenvolvimento, com restrição de crédito e de investimentos a setores poluentes, grandes consumidores de energia e com excesso de capacidade de produção. Também dará estímulos para setores de alta tecnologia e inovação que favoreçam a conservação de recursos naturais.
Além de direcionar o crédito interno, o governo vai privilegiar o investimento estrangeiro direto (IED) em setores que pretende desenvolver e coibi-lo naqueles considerados nocivos. Também continuará a utilizar controles administrativos para determinar o fechamento de indústrias indesejadas.
A meta para 2008 é fechar usinas térmicas que produzem 13 milhões de KW, plantas de cimento com capacidade de 50 milhões de toneladas/ano, siderúrgicas que produzem 6 milhões de toneladas/ano de aço e fundições de ferro com capacidade de 14 milhões de toneladas/ano. São todos setores poluentes ou que consomem muita energia.
A China paga um alto preço ambiental pelo crescimento médio de 10,6% ao ano durante as últimas três décadas: 16 das 20 cidades mais poluídas do mundo estão no país, a maioria dos rios está contaminada, 30% do território têm chuva ácida e doenças relacionadas à poluição estão entre as principais causas de mortes.
O que o governo tenta fazer agora é limitar o crescimento de indústrias altamente poluentes e consumidoras de energia e desenvolver setores mais modernos, como o de serviços e alta tecnologia.
A política já teve efeito no direcionamento do IED, que no ano passado somou US$ 74,8 bilhões. Desse total, 47% foram destinados ao setor terciário, que inclui serviços como bancos, telecomunicações e comércio, áreas que o governo quer promover. Em 2003, esse percentual era de 25%. Naquele ano, 73% do IED foi destinado ao setor industrial.
(Estado de S. Paulo - Adaptado por
Celulose Online, 06/03/2008)