A fábrica de celulose da Botnia em Fray Bentos exportou 220 mil toneladas de celulose desde que começou a funcionar em novembro, segundo seus diretores, finlandeses, que asseguraram que apesar do conflito diplomático com a Argentina, jamais se arrependeram de ter escolhido o Uruguai para seu maior investimento no exterior.
O presidente da Botnia, Erkki Varis, acompanhado pelo gerente-geral da Botnia Uruguai, Ronald Beare, disse na noite da última terça-feira (04/03) em uma coletiva de imprensa que a celulose produzida pela papeleira "é de primeira qualidade" e que "os clientes estão muito satisfeitos".
Em matéria de meio ambiente "os valores estão todos abaixo do permitido, o que é um bom começo para uma fábrica", assegurou Varis, que evitou comentar o conflito bilateral levado à Corte Internacional de Justiça de Haia, cuja decisão deve ser divulgada em 2009.
Desde que iniciou suas atividades, a fábrica exportou 220 mil toneladas à China e a países da Europa, disse Beare, assegurando que o rendimento da fábrica, a 309 quilômetros de Montevidéu, é "excepcional" e que a mesma funciona em 80% de sua capacidade.
Os executivos - que se reuniram nesta terça-feira com o presidente Tabaré Vázquez - foram anfitriões de uma recepção da qual participaram funcionários e dirigentes, bem como os ex-presidentes Julio Sanguinetti e Jorge Batlle, em cujo mandato, em 2004, foi autorizada a instalação da fábrica.
"Nós não nos arrependemos nem por um minuto" de ter escolhido o Uruguai como local para o empreendimento, apesar do conflito com a Argentina, assegurou Varis, que, em seu encontro com Vázquez agradeceu "o apoio e o suporte recebido pela empresa em seu projeto", informou à imprensa.
Diretores da Botnia chegaram ao Uruguai dias atrás acompanhados por 75 acionistas, banqueiros, empresários e técnicos, para visitarem a fábrica e se reunirem com autoridades.
A fábrica, o maior empreendimento privado da história uruguaia, funciona com cerca de 500 empregados, que trabalham de forma direta e cerca de 3 mil que completam a cadeia de produção.
Beare disse ainda que a madeira que abastecerá a fábrica será totalmente produzida no Uruguai. Os diretores e a delegação finlandesa visitaram hoje a fábrica, sob um forte esquema de segurança, para evitar eventuais protestos de ambientalistas argentinos.
(ANSA /
Celulose Online, 06/03/2008)