A Comissão Baleeira Internacional (CBI) está desde esta quinta-feira (06/03) reunida em Londres num encontro informal à porta fechada para tentar ultrapassar o impasse que dura há vários meses entre os países que estão contra e os que estão a favor do regresso da caça comercial à baleia, alvo de uma moratória desde 1986.
Uma manifestação contra o fim da caça às baleias está a ser organizada por ambientalistas à frente do hotel onde os representantes dos países estão alojados.
O Japão lidera o grupo de países que defende o fim da moratória e alega fins científicos para caça baleias. Defende que só assim pode recolher os melhores dados para estudar a biologia e ecologia dos cetáceos, para que se possa tomar as decisões acertadas a nível de uma política de caça sustentável.
Este ano pretende capturar mil animais.
A expedição que o Japão iniciou em Novembro do ano passado tinha como destino o Santuário de Baleias da Antártida que estava definida pela CBI como zona livre de caça comercial. Este acto foi censurado pela comunidade internacional e, na altura, os navios japoneses foram atacados pelo grupo Sea Sheperd.
Em 1986 a CBI fez a moratória vigente sobre a caça. É permitido caçar por razões científicas, por grupos indígenas cuja subsistência dependa da carne da baleia e por países que se declarem isentos à moratória. A Noruega faz parte do último grupo, tendo quotas anuais para a caça.
O encontro informal, organizado pelo director da CBI, William Hogarth, vai por à prova a capacidade que a comissão tem para chegar a um acordo comum. O Japão tem já ameaçou abandonar a comissão se não houver entendimento.
Segunda-feira, 12 delegados de países em desenvolvimento reuniram-se em Tóquio para discutir esta temática, muitos dos países, incluindo Angola, Eritreia e a Micronésia, não fazem parte da CBI. Ryotaro Suzuki, chefe da divisão pesqueira do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão afirmou à BBC online que esperava que mais países se juntassem à Comissão, mas que queria que “o uso sustentável fosse compreendido pelo maior número possível de estados.”
Países como o Reino Unido, a Austrália, o Brasil e a Argentina fazem parte da CBI e estão contra esta actividade e não toleram a caça que o Japão faz sob a cláusula da investigação científica, especialmente pela maior parte das mortes acontecerem no Santuário da Antártida.
(Ecosfera, 06/03/2008)