Mais de 5 mil pessoas participaram na manhã de quarta feira (05) na praça da Bíblia centro de Juina (735 km de Cuiabá), de uma manifestação contra o decreto 6.321/07 do Governo Federal, que proíbe novos desmates em 19 municípios mato-grossenses, apontados como maiores devastadores da Amazônia, Juina é o 4º na lista. Os manifestantes vestiam preto num luto simbólico, as empresas fixaram faixas e as bandeiras em frente à prefeitura foram hasteadas a meio mastro. Grande parte do comércio fechou as portas. "Estamos satisfeitos com a presença da comunidade, em especial aos empresários que aderiram à manifestação", disse Xél Silvério presidente da Associação Comercial da cidade.
Participaram do evento além de autoridades locais, o Deputado Estadual José Geraldo Riva (PP), em seu discurso sugeriu ao governador que defenda o estado. "Eu falei com o governador (Blairo Maggi) sai da "toca" e defenda seu povo, o povo do seu estado. Não fica entocado porque o povo de Mato Grosso sabe quem esta do lado dele", destacou. O parlamentar criticou a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva. "Ela é insensata e não quer reconhecer a realidade dos municípios acusados de degradar o meio ambiente", concluiu.
O manifesto recebeu o apoio da região. O prefeito Oscar Bezerra de Juara, parabenizou as autoridades locais e sugeriu que os outros municípios façam o mesmo. "O Brasil é o único país do mundo onde a polícia persegue o trabalhador, não podemos concordar com esse decreto", enfatizou.
Rui Prado presidente da FAMATO, destacou que Mato Grosso precisa continuar sendo estado produtor respeitando as leis, e não concorda com os números apresentados pelo INPE. "O governador determinou um novo levantamento dos dados pela SEMA e comprovou que os números estão errados", afirmou.
O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 21 de fevereiro e desde a sua divulgação, tem deixado a população juinense apreensiva. O documento cria mecanismos para inibir o avanço do desmatamento ilegal na Amazônia, especialmente nos municípios onde essa prática é mais acentuada. "Na minha opinião esse decreto é inconstitucional e arbitrário, é irresponsável", disse Hilton Campos (PR), prefeito de Juina.
Produtores e empresários participaram à tarde de um encontro com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), foram explicadas as conseqüências do decreto e as medidas que estão sendo tomadas pelo setor.
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24 Horas News, 06/03/2008)