Uma madeireira 'fantasma', sem cadastro como pessoa jurídica ou qualquer documentação legal, sem licenças ambiental e de operação, foi flagrada pela operação 'Arco de Fogo', de combate aos desmatamentos na Amazônia, instalada numa área localizada a apenas 20 quilômetros do centro de Tailândia, com milhares de metros cúbicos de madeira cortada ilegalmente em seus pátios de estocagem.

A empresa 'fantasma' também mantinha em sua sede, onde está registrado o registro de pessoa júridica de outra serraria, a 'Santo André', nada menos que 21 fornos para a produção de carvão vegetal sem licenciamento ambiental.

Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicaram uma multa à serraria de R$ 37 mil por estocar madeira sem origem sustentável e outra de R$ 33 mil por manter uma carvoaria em atividade sem licença do órgão ambiental.

Além das multas, com o apoio da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, o Ibama apreendeu todo o maquinário da madeireira 'fantasma' e deu um prazo até o final da próxima semana para que todos os fornos de carvão sejam destruídos.

Auxiliados por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Pará, os fiscais do Ibama concluíram a fiscalização na madeireira DK, onde foram encontrados 1.800 metros cúbicos de madeira ilegal, após ser feita a medição em 2.817 toras estocadas no pátio da empresa, que foi multada em R$ 700 mil.

Em outra madeireira, a Madeflora, o Ibama também encontrou toras cortadas sem plano de manejo florestal e descobriu que vários trabalhadores atuavam sem carteira de trabalho assinada e sem receber qualquer benefício trabalhista.  A empresa será denunciada à Delegacia Regional do Ministério do Trabalho e do Emprego.

A operação 'Arco de Fogo' estende seus tentáculos na direção de outra serrarias de Tailândia que não têm registro.  Levantamento feito por técnicos da Sema comprovou que várias madeireiras atuam no mesmo endereço, com vários cadastros de pessoa jurídica, misturando a madeira no pátio de estocagem para confundir a fiscalização.

(O Liberal, 06/03/2008)