O grupo ambientalista Sea Shepherd negou que seu ataque realizado nesta semana contra um baleeiro japonês no Oceano Antártico possa ter causado ferimentos em membros da embarcação, como sustentou Tóquio.
Os ambientalistas jogaram contra o baleeiro cápsulas contendo ácido butírico e um pó que torna escorregarias as superfícies. O ácido butírico, derivado da manteiga, tem forte odor e pode irritar os olhos.
Paul Watson, fundador da organização e comandante do barco que continua a bloquear a frota baleeira japonesa, assegurou em uma entrevista à rádio australiana ABC que o ataque de "guerra química não violenta" não pode ter ferido ninguém.
"Vimos onde caiu cada uma das cápsulas, e nenhuma delas estava próxima de membros da embarcação. Filmamos e fotografamos tudo", disse Watson.
O ministro das Relações Exteriores australiano, Stephen Smith, que se opõe firmemente à caça às baleias, criticou duramente o ataque. "Condenamos de modo absoluto as ações de qualquer um que cause lesões, ou risco de lesões, a qualquer um em mar aberto", declarou.
O Japão iniciou em novembro último seu programa anual de captura de cetáceos "com fins científicos", apesar de a Comissão Baleeira Internacional ter pedido a Tóquio em junho que parasse a iniciativa.
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Folha online, 06/03/2008)