Diretora-presidente da Fepam disse que o importante é diminuir agressões ao meio ambiente
Poucas contestações diretas à construção de represa no Arroio Marrecas foram feitas na audiência
No primeiro embate entre as duas correntes de opiniões sobre a construção de uma represa no entorno do Arroio Marrecas, no distrito de Vila Seca, os favoráveis à obra saíram fortalecidos. Embora os estudos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) comecem apenas após a audiência pública realizada ontem, no UCS Teatro, a diretora-presidente do órgão, a caxiense Ana Pellini, se mostrou favorável à barragem e pediu compreensão à comunidade.
- Esperamos dar essa licença, porque sabemos da importância da obra para a vida dos caxienses - disse, ao abrir a reunião.
A Fepam programa realizar estudos e vistoria aprofundada na área para confrontar dados com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), desenvolvido pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) para o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Segundo a diretora-presidente, a Fepam tem prazo legal de um ano para apresentar licença favorável ou não em relação à represa.
- Mas espero que tenhamos nossa decisão em um tempo bem mais curto - afirmou Ana, ressaltando que toda obra desse porte, com benefícios à população, acarretará em danos ambientais.
- O importante é tentarmos diminuir essas agressões ao meio ambiente e é para isso que estamos aqui - complementou.
Na audiência, mais de 150 pessoas estiveram presentes. Destas, 63 pediram direito à palavra para questionar o EIA da UCS. Mas poucas perguntas foram pontuais ou afrontaram diretamente o estudo. Os questionamentos da Vitória Consultoria Ambiental, contratada por moradores do entorno do arroio, sobre possíveis falhas no EIA, serão respondidos por escrito pela Fepam.
Um vídeo mostrou imagens aéreas da região, depoimentos técnicos sobre a necessidade da barragem e moradores do entorno do Marrecas contando a história do local. Tudo para corroborar o EIA, apresentado durante uma hora.
O diretor do Samae, Marcus Vinícius Caberlon, comentou sobre as desapropriações:
- Tenho certeza que as indenizações refletirão o valor real da terra. Nosso maior problema pode ser com relação àqueles proprietários que não têm título sobre sua terra.
(Por Fábio da Câmara, Pioneiro, 06/03/2008)