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raposa serra do sol
2008-03-06
Um novo protesto está marcado para este sábado, a partir das 14h, na frente do Palácio Senador Hélio Campos, com show gospel do cantor Matos Nascimento, deputado federal pelo PSDB do Rio de Janeiro.  Desta vez não serão os arrozeiros.  Trata-se do "movimento pela liberdade religiosa dentro da terra indígena Raposa Serra do Sol", que pede tratamento igual ao dado à Igreja Católica, que não foi citada nos editais de indenização.

O evento terá à frente a Ordem dos Ministros Evangélicos de Roraima (Omer), que é um órgão representativo dos pastores, no qual tem 80 filiados.  O idealizador do evento, José Edílson Reis de Mesquita, disse que a principal bandeira é protestar contra o tratamento dispensado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) às quatro igrejas evangélicas que fazem missão nas comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol.

Segundo ele, enquanto os pastores e missionários evangélicos tiveram que se retirar, porque as igrejas foram citadas pela Funai, ao mesmo tempo o órgão permite a permanência de padres, freiras, italianos e de outras nacionalidades.  O manifesto distribuído pelo movimento da liberdade religiosa classifica a ação como "discriminatória e ilegal".

O evento, que pretende reunir 50 mil pessoas, tem objetivo de expor o problema para o país e fazer com que o presidente Lula da Silva (PT) saiba que os evangélicos não concordam com o que está acontecendo em Roraima.  Edílson comentou que alguns pastores são ameaçados e, caso não saiam da área, os templos serão queimados.

Na manhã de ontem, vários pastores estiveram com o governador, no encontro articulado por Edílson, no qual justificou como sendo para pedir um posicionamento do Governo do Estado sobre o assunto.  Para ele, é importante que governador, prefeito e parlamentares sejam favoráveis, pois apenas assim o Governo Federal não ficará contra.

O presidente da Omer, Adriano Melo, e os diretores se reuniram no final da tarde de ontem e chegaram à conclusão de que a Ordem estará à frente do evento.  A tônica é pedir o fim da desigualdade no tratamento e deixar claro que não aceitam tirar evangélicos de dentro da reserva enquanto os padres permanecem.  "Se é para tirar todos os não-índios, que saiam padres, pastores.  Mas se for para permanecer um, que permaneçam todos", comentou o presidente da Omer.

A maior denominação do Estado, a Assembléia de Deus, possui igrejas nas comunidades de Surumu, Socó, Água Fria e Mutum.  O secretário das Convenções Estaduais das Assembléias de Deus, pastor Aerton de Souza, informou que desde que a bandeira seja o pedido de igualdade de direitos, a igreja vai apoiar.

Quanto aos templos construídos na Raposa Serra do Sol, Aerton disse que a igreja não tem nenhum interesse de receber indenizações, porque quando investiu na área, não era patrimônio que estava visando, mas sim pregar o evangelho.

Vereador se diz preocupado com possível uso político de pastores
O vereador Telmário Mota (PDT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Boa Vista para chamar atenção dos seus pares do movimento pela liberdade religiosa dentro da terra indígena Raposa Serra do Sol.  A principal preocupação é que as igrejas evangélicas e pastores não sejam usados como "massa de manobra para interesses políticos".

Telmário Mota disse não acreditar que as igrejas evangélicas serão retiradas de dentro da Raposa Serra do Sol, a exemplo do que aconteceu com a homologação da terra de São Marcos.  Entretanto, se isto realmente estiver acontecendo, se posicionou radicalmente contra a ação.

Para ele, se todos que integram o movimento forem fazer o manifesto para defender a igualdade de direitos, o movimento é justo e terá seu apoio.  "Nossa preocupação é que as igrejas e pastores não sejam usados, enganados politicamente.  É preciso ficar muito atento quanto a isso", afirmou.

O coordenador do evento, José Edílson Reis de Mesquita, negou que o movimento tenha cunho político.  "Ele não visa promover, detratar, elevar ou tira mérito de nenhum político do Estado, pelo contrário, nós queremos um posicionamento claro de todos os políticos".

Edílson comentou ainda que a iniciativa de organizar o evento surgiu depois que tomou conhecimento que está acontecendo com os missionários evangélicos de dentro da Raposa Serra do Sol.

"O que queremos é que se vão sair os missionários, que também saiam os padres, que não foram citados na ação da Funai.  Estão doutrinando os indígenas, inclusive incitando a trabalhar contra os movimentos evangélicos.  Nós não encontramos nenhum respaldo na lei para esse tipo de tratamento.  É preciso haver isonomia".

A Igreja Católica foi procurada para falar sobre o assunto, mas o bispo de Roraima, Dom Roque Paloschi, preferiu não comentar o assunto.  

Funai se defende

O superintendente da Funai, Gonçalo Teixeira, explicou que todas as igrejas que estavam em área foram notificadas, porém, antes da publicação do edital, a Igreja Católica doou formalmente todos os templos e a unidade de saúde da Vila de Surumu para os índios.  Por isso o nome não aparece nos editais.

"Como fizeram a doação para os índios, não poderia ser indenizada", afirmou o superintendente, informando que todas as denominações evangélicas que tinham templos na área tiveram as avaliações das benfeitorias, sendo que algumas receberam e outras se negaram a receber as indenizações.

Teixeira afirmou ainda que toda e qualquer igreja, inclusive aquelas que foram indenizadas, podem visitar, fazer a pregação da palavra, batizados, casamentos, evangelização dentro da Raposa, mas os não-índios não podem morar na reserva.  O superintendente negou qualquer tratamento diferenciado entre igrejas.

"Isso não existe, porque a liberdade de escolha da religião é uma garantia constitucional e qualquer um, inclusive os indígenas, tem direito.  A Funai jamais faria qualquer proibição", disse. 

(Folha de Boa Vista, 05/03/2008)



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