A Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos (CBH), que reúne as petrolíferas estrangeiras do país, advertiu hoje que os investimentos prometidos para este ano podem ser prejudicados devido a atrasos na renovação de licenças ambientais. A advertência foi feita pelo presidente da CBH, o brasileiro José Magela, em artigo publicado em um boletim da entidade.
Segundo Magela, atualmente existem várias "tarefas pendentes" que devem ser concluídas para poder renovar as licenças ambientais "e toda demora incidirá nos projetos prejudicando e atrasando os investimentos das operações atuais e futuras". O executivo da CBH esclareceu que o Estado boliviano outorga esse tipo de licenças há mais de dez anos e, depois de uma década, "por lei é necessário renová-las".
"É urgente" que as autoridades do setor dêem prioridade à prorrogação das permissões "para o bem das operações petrolíferas e do meio ambiente", sustentou Magela, cuja organização não é reconhecida pelo presidente boliviano, Evo Morales, como interlocutor das empresas.
As petrolíferas que operam na Bolívia, entre elas a hispano-argentina Repsol YPF e a Petrobras, se comprometeram a realizar este ano no país investimentos de quase US$ 1 bilhão. O Governo Morales conta com esse investimento para poder aumentar a produção de gás natural, cuja escassez prejudicou principalmente à Argentina, que nos últimos meses recebeu volumes abaixo do contratado.
(EFE, Globo, 05/03/2008)