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impactos mudança climática
2008-03-06

Um informe preliminar sobre a capacidade da Austrália para combater a mudança climática pede ao governo que tome medidas urgentes. O estudo feito por uma comissão presidida pelo economista Ross Garnaut diz que “o mundo enfrenta um alto risco de um perigoso aquecimento mais rápido do que se pensava”. Ben Pearson, do capítulo australiano da organização ambientalista Greenpeace, disse à IPS que o informe destaca a necessidade de fazer algo rapidamente. “Essencialmente, suas conclusões coincidem com a advertência que os cientistas vêm fazendo há algum tempo”, acrescentou.

Garnaut foi encarregado pelos governos territoriais, estatais e federais de conduzir a revisão sobre o impacto que a luta contra a mudança climática terá na economia australiana. Embora o documento final somente será conhecido em setembro, e um rascunho divulgado em junho, as conclusões preliminares alertam que “a Austrália será um grande perdedor, provavelmente o maior entre os países industrializados, devido a uma profunda mudança climática”.

O clima já é quente, seco e variável. “A sensibilidade de nossa agricultura assume especial importância pelo papel que o setor tem na economia, maior do que em outros países industrializados”, alerta o estudo. A ministra de Mudança Climática e Água, Penny Wong, disse que o trabalho da comissão “será uma importante contribuição para o desenvolvimento de políticas governamentais em uma série de temas vinculados com o aquecimento global”. Mas, Garnaut parece pedir ao governo maior compromisso do que está disposto a assumir, pelo menos neste momento.

Segundo Garnaut, a Austrália deve fixar rígidas metas de redução dos gases causadores do efeito estufa, em parte responsáveis pelo aquecimento global, para 2008, 2020 e 21050, “que implicam ajustes de custos semelhantes aos aceitos por outros países industrializados”, e fez referência à “liderança” oferecida pela União Européia. Atualmente, a UE está no processo de aprovar leis que a comprometerão a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 20% com relação aos níveis de 1990, até 2020. Wong disse que o governo fará reduções “substanciais” ate 2050 sobre os níveis de 2000, em torno de 60%.

No entanto, Garnaut diz que para chegar a um acordo global efetivo, que inclua os países em vias de desenvolvimento, especialmente China e Índia, para reduzir os riscos da mudança climática a um “nível razoável”, a Austrália deve fazer mais do que isso, porem, o governo ano parece disposto a reconsiderar suas metas de emissão para 2050. Wong disse que embora as decisões do primeiro-ministro, Kevin Rudd, se baseiem em evidências científicas, esclareceu que o compromisso sobre as reduções foi oferecido ao povo australiano durante a campanha eleitoral para as eleições de novembro do ano passado, que devolveram os trabalhistas ao poder.

Pearson se declarou decepcionado. “Esperamos que a ministra Wong aceite que a ciência e a evidência mostra que devemos reduzir as emissões em mais de 60%”, afirmou, e pediu que o governo se adapte aos dados mais recentes. “O problema é que as coisas se movem rapidamente neste mundo. Creio que eles adotaram essa meta há um par de anos”, disse à IPS. O ativista do Greenpeace, concordando com Garnaut, destacou que é “vital que Canberra adote uma meta para 2020. Os ativistas reclamam uma redução de 40% em relação às emissões de 1990, considerando que os estudos revelam que a Austrália é o maior contaminador por habitante e figura entre os primeiros lugares em termos absolutos.

Um elemento-chave, disse Wong, será a introdução em 2010 da Agenda de Comércio de Emissões (ETS), pela qual os operadores industriais recebem autorização de emissão até certa quantidade de dióxido de carbono por ano. Se prevêem que excederão o permitido, podem comprar permissões adicionais no chamado “mercado de emissões”. Mas Garnaut acredita que estruturar um esquema efetivo de ETS “será difícil e provocará excessivas demandas sobre “escassos” recursos econômicos e “limitados” de ordem política. Faltam “medidas complementares para atrair investimentos voltados à eficiência energética e ao transporte e à agricultura sustentáveis”, acrescentou.

Desde a divulgação do informe preliminar de Garnaut, o governo se esforça por apresentar suas ações contra a mudança climática de um ângulo favorável. Wong disse que as projeções atuais indicam que as emissões ficarão em um nível de 120% em relação a 1990, contra uma estimativa de 2006 que as colocava em 127%. A contaminação, acrescentou, diminuirá outros 20% com os planos para garantir que toda a oferta elétrica provenha de fontes renováveis, até 2020.

Pearson concorda que o governo deu importantes passos, como a ratificação do Protoclo de Kyoto, que em 1997 estabeleceu metas para redução de emissões e que a anterior administração conservadora do ex-primeiro-ministro John Howard (1996-2007) se negou a assinar. Mas, alertou que “resta muito por fazer. Rudd será julgado pelo que fizer de agora em diante”. Para Howard, “este é o tempo do trabalho duro, de realizar as tarefas realmente difíceis que realmente iniciarão a transformação da economia australiana para uma baseada na energia limpa”.

(Por Stephen de Tarczynski, IPS, Envolverde, 05/03/2008)


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