O governador Anchieta Júnior (PSDB) e os arrozeiros assinam segunda-feira às 17h30, no Palácio Hélio Campos, acordo que poderá pôr fim ao impasse gerado pelas constantes ameaças de uso da força na desocupação da terra indígena Raposa Serra do Sol.
Em reunião realizada hoje pela manhã, após dois dias de protestos dos arrozeiros em frente ao Palácio, o governador propôs levar novamente ao governo federal a proposta de mediar a saída pacífica dos rizicultores da Raposa Serra do Sol, em troca da transferência das terras da União para Roraima.
Segundo o secretário do Planejamento, Indústria e Comércio (Seplan), Haroldo Amoras, no ano passado o governador falecido Ottomar de Sousa Pinto apresentou em Brasília o mesmo acordo, mas as negociações não chegaram a um ponto de consenso.
De acordo com ele, caso Lula aceite a oferta, o Governo de Roraima se compromete a alocar área para reassentar os arrozeiros, além de disponibilizar toda a infra-estrutura necessária para garantir a continuidade da produção. "Se for preciso, o governador poderá ir amanhã a Brasília".
Os arrozeiros concordaram com a proposta e ao assinarem o documento logo mais se comprometerão a sair pacificamente da área, caso o governo federal também assine e cumpra o acordo.
A Polícia Federal já está autorizada a entrar na área e retirar a todo custo os arrozeiros e os não-índios que permanecem no local. Na semana passada, o superintendente da PF, Cláudio Lima, disse que a Operação Upatakon III já estaria em execução e a retirada poderia acontecer a qualquer momento.
A informação gerou uma onda de protestos, com acampamento em frente ao palácio e fechamento das fábricas de arroz no final de semana. Apesar disso, informações extra-oficiais dão conta de que o delegado Jonas Cleber Rossati, que coordena a operação, teria retornado ontem à noite para Brasília.
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Folha de Boa Vista, 04/03/2008)