A Market Analysis, instituto de pesquisa e opinião pública, apresenta os resultados do estudo "Os Brasileiros Diante das Mudanças Climáticas". A pesquisa analisou a questão ambiental na agenda da população brasileira e destacou o conhecimento e busca de informações dos brasileiros sobre a crise ambiental.
Em meados de 2007, 42% dos residentes das grandes capitais do Brasil tinham escutado ou lido muito sobre o fenômeno do efeito estufa - o que mostra que a maioria da população brasileira se informa pouco sobre o meio ambiente. Isso os coloca em níveis intermediários de familiaridade, ficando atrás de quase todos os países desenvolvidos, exceto da Alemanha.
Por outro lado a pesquisa demonstrou que os brasileiros são hoje os que mais demonstram apreensão diante esse assunto. "A sensibilidade revelada pelo consumidor não é um fato inesperado, ela vem se construindo historicamente ao longo dos últimos anos. Se examinarmos apenas os indivíduos que atribuem muita gravidade, nota-se um salto extraordinário: 48% no final dos anos 90, 74% em 2003 e 84% no ano passado", enfatiza Fabian Echegaray, diretor da Market Analysis. O estudo questionou ainda sobre os principais problemas que a humanidade enfrenta atualmente, o meio ambiente ocupa a terceira posição. Entre 2002 e 2007 esse tema subiu do oitavo ao terceiro lugar.
A pesquisa mostra que tão importante quanto conhecer o grau de disseminação do fenômeno, é entender seu senso de urgência. Uma das explicações sobre o estímulo dessa iminência é a hipótese natural de interpretar essa ansiedade como decorrente das condições ambientais do cotidiano. Normalmente, quem convive com um meio ambiente mais deteriorado apresentará uma sensibilidade maior ao assunto, se disponibilizando para a ação, assim como cobrando ações mais efetivas de autoridades, empresas e, mesmo de outros cidadãos.
Contudo, ao examinar como as sociedades que vivem em condições ambientais diferentes reagem, o cenário se torna mais complexo. "Os brasileiros exibem crenças que refletem em parte as circunstâncias ambientais em que vivem, mas no momento de atuar, se eximem. Ao mesmo tempo, países sob forte pressão ambiental como Índia, Nigéria, Quênia ou Indonésia não apresentam uma sociedade mais mobilizada, pelo contrário, destacam-se pela passividade", comenta Echegaray.
O instituto também analisou as causas do aquecimento global. Nove em cada dez brasileiros (88%) atribuem as mudanças à atividade humana e não às causas naturais. Essa visão é mais diversa em outras partes do mundo, como Estados Unidos, Índia ou Canadá, onde entre 21% e 24% questionam a raiz humana do problema.
"Naturalmente os brasileiros conectam o aquecimento global aos problemas que mais visibilidade tem no seu cotidiano: desaparecimento de florestas e poluição industrial e urbana. Isso facilitaria a adoção de medidas para conter a destruição das matas nativas, mas por outro lado à medida que os países industrializados não enxergam essa atividade como principal causa, esperam-se outros resultados negativos. Em primeira instância diminuia pressão sobre autoridades e empresas locais para efetivar um controle maior sobre a expansão da fronteira agrícola. E, em segundo, o aumento da depredação das florestas com menor entrada de recursos e investimentos", finaliza o diretor.
Os dados fazem parte da pesquisa Barômetro Ambiental, estudo anual realizado com exclusividade pela Market Analysis no Brasil, sendo reproduzido simultaneamente em outros 21 países, por meio de uma rede de institutos de pesquisas parceiros (
veja gráficos do estudo). Amostras representativas dos adultos entre 18 e 69 anos, residentes nas oito principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília. Entrevistados 802 adultos, pessoalmente no domicilio do entrevistado. Margem de erro de aproximadamente 3,4%.
Instituto de pesquisas de mercado e opinião pública, a Market Analysis Brasil possui mais de dez anos de experiência em estudos relacionadas aos mais diversos temas sócio-econômicos do mercado nacional e internacional, principalmente para os países da América Latina. Com destaque para os assuntos relacionados à sustentabilidade, meio ambiente, saúde, telecomunicações, comportamento social, novas tecnologias de informação e comunicação e bens de consumo; além de projetos relacionados ao custo-benefício entre preços e atributos, tamanho e segmentação dos mercados, identificação de prospects, introdução de novos produtos e conceitos no mercado (turismo, marketing esportivo e entretenimento).
Afiliada da Abep (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa) e da Esomar (Associação Mundial das Empresas de Pesquisa de Mercado), a entidade realiza anualmente pesquisas sobre Reputação Empresarial e Responsabilidade Social e já coordenou mais de 700 projetos em 20 estados brasileiros. O instituto desenvolve regularmente projetos para empresas de atuação global, como BBC World News, Nestlé, Philips, Roche, Unilever, Petrobras, Coca-Cola e Pão de Açúcar.
(Por Fabian Echegaray -
S2 Comunicação / Market Analysis, 28/02/2008)