Representantes de entidades ligadas ao meio ambiente e ao saneamento ambiental reuniram-se nesta segunda-feira (03/03) no seminário estadual "Mudanças Climáticas e Sociedade". O evento foi promovido pela Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável e Apoio à Agenda 21, coordenada pelo deputado Ronaldo Zülke (PT), e pela Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente, coordenada pelo deputado Daniel Bordignon (PT). Participaram, também, da organização, o Ministério do Meio Ambiente, III Conferência Nacional do Meio Ambiente, CMP, CONAM, CUT, FEGAM, ORSELIT e UNE, UFRGS, Instituto IDEAL, Conselho Nacional de Saúde, CGEA, Ministério da Educação, Associação dos Geógrafos Brasileiros e Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As mudanças climáticas foram discutidas sob o enfoque do modelo de desenvolvimento, da Agenda 21, mitigação, adaptação e educação ambiental. Pela manhã, os painelistas evidenciaram que as ações humanas têm contribuído no aquecimento global, interferindo na natureza e que o atual modelo de desenvolvimento - considerado predatório e ditado pelo lucro a qualquer custo - deve ser revisado, sob pena do planeta chegar ao ponto do esgotamento de seus recursos naturais.
Na parte da tarde, os convidados voltaram a discutir o modelo de desenvolvimento e suas conseqüências para o meio ambiente, mas sob o enfoque da educação ambiental e adaptação às mudanças climáticas. Kátia Vasconcelos, do Núcleo Amigos da Terra (NAT), fez referência a um dos mais renomados cientistas do mundo, James Lovelock, em seu livro "A vingança de Gaia", com o objetivo de incentivar as entidades presentes a aprofundarem a mobilização contra as agressões ao planeta. Katia manifestou-se contra, também, as energias fósseis, como o carvão, por exemplo, maiores emissoras de poluentes. Ativista do meio ambiente, Kátia confessou que o que está sendo feito não é suficiente: "Temos que fazer a nossa parte e a parte dos outros".
Citando o Delta do Jacuí e as conseqüências do aquecimento global para as ilhas, o diretor da Associação dos Geógrafos Brasileiros de Porto Alegre, Nelson Rego, explicou que a ocupação urbana nas ilhas diminui o "efeito esponja" que elas proporcionam ao aliviar gradualmente o fluxo das águas nos períodos mais chuvosos, minimizando os estragos das enchentes. Rego defendeu também que a educação ambiental precisa ampliar sua função para além de dados e conceitos, abrindo espaço para agendas de pesquisas regionais e globais para, depois, comunicar os resultados.
Participou desta mesa, também, o Vice-presidente da Comissão Intersetorial de Saneamento e Meio Ambiente do Conselho Nacional de Saúde e Secretário Geral da CONAM, Valério Lopes.
(Por Lucídio Gontan, Agência de Notícias AL-RS, 03/03/2008)