Não foi à toa que o Samae solicitou um estudo para construir uma nova represa em Caxias do Sul. Análises vigentes apontam para um colapso no sistema de abastecimento da cidade entre dois e quatro anos, caso nenhuma alternativa para captação de água seja implementada.
Diretor do Samae, Marcus Vinícius Caberlon argumenta que, com a construção da represa no entorno do Arroio Marrecas, a cidade teria abastecimento garantido por um prazo médio de 15 anos.
- Esse local foi apontado como estratégico para a questão de recursos hídricos desde 1967. O novo manancial nos dará tranqüilidade para mantermos a qualidade que a nossa água sempre vem apresentando - diz Caberlon.
Atualmente, com quatro sistemas em operação para captação de recursos hídricos, Caxias do Sul consegue garantir vazão de 1.340 litros por segundo. Com a ampliação - obra em andamento - do Sistema Faxinal, serão mais 200 litros por segundo.
- Não há como fazer obras sem impacto ambiental. Precisamos nos preocupar é em termos as menores conseqüências possíveis ao meio ambiente - afirma Caberlon.
A falência na função de abastecimento prevista para ocorrer em dois anos baseia-se no crescimento demográfico. Hoje, os caxienses consomem 1 milhão de metros cúbicos de água nos meses mais quentes e 950 mil no inverno. Em outras ocasiões, a direção do Samae projetou o problema para daqui a quatro anos.
Mesmo entre os oposicionistas à represa, há preocupação.
- Se, realmente, a represa no Marrecas for a melhor opção para garantir abastecimento em Caxias, então que a obra seja feita. O problema é que não temos essa certeza a partir do EIA realizado pela UCS. Há outras alternativas que podem ser pensadas antes de alagar uma grande área como essa - expõe Carlos Michelin, da comissão de moradores do entorno do Arroio Marrecas.
(Pioneiro, 03/03/2008)