Pescadores prejudicados vão receber R$ 1,5 mil por mês
Os pescadores artesanais de São Francisco do Sul, Garuva, Araquari e Itapoá, que foram prejudicados pelo vazamento de óleo da barcaça que tombou em 30 de janeiro deste ano, receberão indenização mensal de R$ 1,5 mil, inicialmente por dois meses. O acordo foi fechado ontem à tarde em reunião entre a empresa Norsul, proprietária da embarcação, e os ministérios públicos Federal e Estadual.
Indefinido
A Norsul contou 690 trabalhadores artesanais na região, mas a Colônia de Pescadores tem 1,2 mil em seus registros
Os pescadores da região terão de fazer um novo cadastramento no Ministério Público Federal, em Joinville, ou na Promotoria de Justiça de São Francisco do Sul e provar que são profissionais.
As outras três empresas, Arcelor do Brasil, ArcelorMittal Tubarão e Vega do Sul, que são rés na ação do Ministério Público, não assumiram obrigação com o pagamento de indenização. Os advogados das empresas argumentam que elas não foram as responsáveis pelo acidente. A Vega do Sul receberia as bobinas de aço vindas da ArcelorMittal Tubarão.
Mesmo com o fechamento do acordo para o pagamento de indenização, ainda não está definido quantos pescadores serão beneficiados. A Norsul havia contado um total de 690 pescadores. Já a Colônia dos Pescadores tem em seus registros 1,2 mil trabalhadores.
O diretor da Norsul, Luiz Philippe Figueiredo, diz que a empresa aceitou pagar o valor de R$ 1,5 mil porque a quantia poderá ser compensada no futuro no possível pagamento de indenização na ação civil pública.
Ele explica que a companhia está fazendo a sua parte para ressarcir os profissionais que realmente foram prejudicados pelo vazamento de óleo. Na última sexta-feira, a empresa já havia aceitado pagamento de indenização mensal para maricultores, catadores e coletores de mariscos.
A Norsul também está em fase final de contratação das duas empresas que farão a remoção da barcaça e das bobinas de aço. Para Luiz Philippe, depois das empresas instaladas na cidade, a operação deve durar 90 dias para ser executada. “O casco da barcaça está intacto e poderá ser reaproveitado para voltar ao mar”, diz.
(Marco Aurélio Braga, A Notícia, 04/03/2008)