Ao registrar a realização, no final de abril, em Londres, de um seminário promovido pelo príncipe Charles para debater a preservação da floresta amazônica, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) lamentou que o tema não esteja empolgando a sociedade brasileira e o próprio Senado Federal. Para este seminário foram convidados 30 brasileiros, que representarão o governo, os partidos e a sociedade.
- Charles quer debater ações internacionais destinadas a melhorar a qualidade de vida de quem mora na floresta. Seu entendimento é o de que eles são fundamentais na preservação da mata. Que chique, não? Ainda bem que o herdeiro do trono inglês se preocupa com a qualidade de vida de quem mora na floresta amazônica, porque no Brasil poucos têm essa preocupação - afirmou.
Mesquita Júnior lembrou que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou a intenção de requerer a relatoria, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), do projeto de lei do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) que autoriza o Poder Executivo a criar o Ministério da Amazônia. Na sua avaliação, a criação desse ministério nunca foi tão oportuna e necessária, pois seria possível concentrar instituições e ações na execução de um projeto nacional para a Amazônia.
- Essa seria a primeira e principal tarefa do pretendido ministério: coordenar a elaboração desse projeto, levando em conta a diversidade da Amazônia. Além da presença permanente da Polícia Federal, importante mesmo para a Amazônia é ser ocupada por batalhões de técnicos, pesquisadores e cientistas nacionais, movidos e estimulados pela vontade política de promovermos um grande inventário e um amplo zoneamento econômico-ecológico - argumentou.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) informou, em aparte, que é um dos 30 convidados brasileiros para debater a Amazônia em Londres. Ele considerou que a Amazônia é um problema do Brasil e do resto do mundo e que os brasileiros têm a responsabilidade de mantê-la e aproveitar seus recursos sem destruí-la.
(Por Ricardo Icassatti, Agência Senado, 03/03/2008)