Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP)
Ano: 2003
Autora: Margareth de Lourdes de Souza
Resumo:
O presente estudo reavalia a posição dos sítios arqueológicos levantados anteriormente no perímetro da área de inundação da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, na bacia do rio Tocantins, no norte do Estado de Goiás, Região Centro-Oeste do Brasil; apresenta a diversidade de ocupações de grupos agricultores, ceramistas e construtores de aldeias em território goiano; destaca os contatos culturais que se expandiram, a partir do século X, com a nova articulação desses grupos vinculados às tradições tecnológicas Aratu, Uru e Tupiguarani; especifica essa situação de reorganização no bioma Cerrado, com a análise da cultura material dos sítios GO-Ni.124, GO-Ni.125, GO-Ni.128, GO-Ni.155 e GO-Ni.202, que se referem a ocupações mais recentes, entre 507 anos A.P. a 308 anos A.P. A partir de comparações arqueológicas e etnohistóricas destaca outros aspectos relevantes nessa área do trecho superior do alto Tocantins, como as ocupações mais antigas relacionadas aos grupos da tradição Uru (1.089 anos A.P. a 308 anos A.P.), a maior incidência de ocupações Uru e Tupiguarani e os carimbos corporais como traço cultural de organização social (hierarquias internas), tanto em contextos arqueológicos quanto em contextos etnográficos. Em nível geral, contribui para discussões sobre processos adaptativos locais, assim como para outras questões abertas, tais como a sedentarização de populações em aldeias, as influências internas e externas no surgimento de novos grupos culturais, os processos de mudanças culturais e os grupos etnográficos.