O Grupo Móvel do Ministério do Trabalho libertou 4.720 trabalhadores que exerciam atividades em situação análoga à escravidão em Mato Grosso (MT) nos últimos 13 anos. A série histórica do Ministério apontou que o Estado fica em 2º lugar na posição nacional em número de flagrantes.
A primeira posição do ranking entre os escravagistas fica com o vizinho Pará. Entre 1995 e 2007, as fiscalizações encontraram 9.022 trabalhadores na situação no estado. Em grande parte dos casos, nas duas regiões, as vítimas relatam casos de violência e ameaças que sofrem para não deixar o trabalho degradante.
É comum a utilização de "capangas" pelos fazendeiros para fazer a vigilância ostensiva nas propriedades. Muitas vezes, os trabalhadores são espancados e, em tentativas de fuga, há casos até mesmo de assassinato. O fato de Mato Grosso e o Pará estarem na região da Amazônia Legal, que é uma área imensa e de difícil acesso para fiscalização, dificulta o combate à prática criminosa.
No final de fevereiro um caso chocou o Pará. Os trabalhadores bebiam água com esterco e um deles foi torturado com ferro quente ao reclamar de atraso salarial. O dono da fazenda, chamada Bonsucesso, em Paragominas, já estava na lista suja do Trabalho Escravo, o que denuncia a reincidência.
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Diário de Cuiabá, 03/03/2008)