O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou na quinta-feira (28/02) que impostos menores para importação de etanol beneficiariam a economia americana.
''''Apóio o mercado aberto'''', disse Bernanke, em resposta a perguntas de parlamentares durante seu depoimento semestral ao Comitê de Bancos do Senado.
Perguntado especificamente pelos congressistas a respeito dos impostos que pesam sobre o etanol importado, Bernanke respondeu que ''''permitir a importação de etanol brasileiro iria reduzir os custos para os Estados Unidos''''.
Bernanke afirmou que é difícil definir até que ponto a demanda por etanol está influenciando o preço dos alimentos nos Estados Unidos, mas ponderou que ''''uma parcela significativa do milho produzido no país está sendo direcionada para o etanol, e isso aumenta os preços do milho''''.
A postura do presidente do Fed foi elogiada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). A entidade divulgou uma nota, no início da noite de ontem, na qual elogia a declaração favorável à redução de tarifas sobre o etanol produzido no Brasil.
De acordo com a entidade que representa os usineiros da região Centro-Sul do Brasil, maior região exportadora do combustível, os comentários ''''representam uma postura extremamente positiva que vai muito além de questões puramente econômicas''''.
A Unica informa que a sugestão de Bernanke ''''é a favor da energia limpa e renovável, apóia a luta contra o aquecimento global e desafia a lógica distorcida que prevalece mundialmente, que taxa os biocombustíveis, ao mesmo tempo em que permite o livre trânsito dos combustíveis fósseis, sem barreiras comerciais ou de qualquer natureza''''. O etanol brasileiro é taxado 56,5% para chegar aos Estados Unidos.
DESENVOLVIMENTOO presidente da Unica, Marcos Sawaya Jank, informou, por meio da nota da entidade, que ''''esse seria o tipo de medida que, se adotada, serviria de exemplo para que outros países e regiões do mundo assumam compromissos concretos com os biocombustíveis, para que o setor possa se desenvolver mundialmente de forma ordenada, produtiva, e com o essencial equilíbrio pela produção de alimentos e de combustível''''.
''''O setor sucroalcooleiro brasileiro está pronto para ampliar o fornecimento de etanol aos Estados Unidos, sem qualquer risco de expansão da produção de cana para regiões sensíveis do País ou de prejudicar o mercado interno. O Brasil também pode fornecer tecnologia, para que mais países adotem esta opção que evidentemente é viável e limpa'''', comentou Jank.
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Estadão, 29/02/2008)