Enquanto, no Brasil, o número de casos de dengue caiu 39,65% nos primeiros dois meses deste ano em relação ao mesmo período de 2007, segundo levantamento do Ministério da Saúde, a Bahia registra um aumento de notificações de quase 110%.
De acordo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), de 1º de janeiro a 25 de fevereiro de 2008 foram 3.263 notificações. No mesmo período do ano passado, o número foi de 1.563. Em Salvador, o levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não acompanha a projeção do estado e retrata queda de quase 60%. Os dados, no entanto, são contestados pela Sesab.
Segundo a SMS, em janeiro deste ano foram apenas 70 notificações contra 170 no mesmo período de 2007. Até 10 de fevereiro, a secretaria registrou apenas 113 notificações.
No entanto, a coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Sesab, Jesuína Castro, afirma que há uma subnotificação na capital por conta das constantes greves dos agentes comunitários, que são responsáveis pelo controle da doença. “Esses números não correspondem à realidade. A gente considera que esses 70 casos devem ser multiplicados por dez”, avalia.
SurtosDe acordo com a Sesab, a situação na Bahia é preocupante. Já existem 13 municípios com surto da doença. A maioria está localizada na região de Irecê, como Presidente Dutra, Uibaí, Mulungu do Morro, João Dourado, Ibipeba e Cafarnaum. Somente nessa área foram 2.456 notificações. Nessas cidades foram reforçadas as atuações dos carros fumacê.
Em todo estado já foram registradas 12 suspeitas de dengue grave com cinco confirmações. Quatro foram descartadas e três estão sob investigação no Laboratório Central do estado (Lacen). Dois óbitos suspeitos também foram investigados. No município de Feira de Santana, o caso foi descartado e, em Lauro de Freitas, ainda aguarda confirmação.
A coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Sesab, Jesuína Castro, ressalta ainda outro problema da notificação na capital: os postos do município não encaminham os dados para a secretaria com freqüência e o município não busca esses dados. “O município espera que os dados cheguem até a secretaria, mas os postos não fazem isso todo os dias”, pontua.
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Gazeta do Povo, 03/03/2008)