Lançada há quase um ano, a implantação do Jardim Botânico de Florianópolis, o primeiro do Estado, ainda depende da captação de recursos para sair do papel. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), gestora do projeto, pretende finalizar o pedido de verba para o governo do Estado dentro de dois meses.
A construção custará R$ 2 milhões. Chefe do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Epagri e coordenador do projeto, Hugo José Braga, diz que mesmo que não recebam essa quantia, eles procurarão outras fontes para conseguir o orçamento necessário.
- Já levamos 10 anos para a Epagri ceder essa área, e agora se for preciso, levaremos outros 10.
Braga refuta a idéia de atraso e fala que tudo depende do dinheiro arrecadado e do interesse político. O coordenador acrescenta que outros projetos aguardam a resposta de liberação de verbas.
Além de buscar recursos, ele explica que está sendo executado estudo de solo, para saber quais espécies podem ser plantadas, mapeamento da vegetação existente e levantamento de influência da maré, pois a área está perto do mangue, que pode levar salinidade ao terreno.
Serão plantadas espécies aquáticas, flores, plantas nativas e bioativas. O pesquisador da Epagri de Itajaí, Amaury Silva Júnior, acredita que o Jardim é uma maneira de preservação das espécies em extinção.
- Além disso, iremos mostrar todas as possibilidades da nossa flora. Plantas que servem como alimentos, remédios e a té como artesanato.
Projeto vai ocupar área da Epagri no Bairro Itacorubi
O Jardim Botânico será construído onde hoje fica o Centro de Treinamento da Epagri, na Avenida Admar Gonzaga, no Bairro Itacorubi. Em dezembro do ano passado, novas áreas foram incorporadas num acordo entre prefeitura de Florianópolis, UFSC e Sapiens Parque. A área soma 220 hectares.
O Parque Manguezal do Itacorubi, o antigo aterro sanitário do bairro e duas áreas anexas, uma na Cidade das Abelhas e outra em Canasvieiras também farão parte do projeto. Entretanto, Braga ressalta que a região do mangue, embora fique junto ao terreno da Epagri, não sofrerá nenhuma alteração física e não ganhará estruturas para visitação.
Já o Jardim, além de espécies nativas, terá museus, bibliotecas, ciclovia, centros de pesquisa e educação, e até mesmo jardins temáticos.
(Por JÚLIA ANTUNES LORENÇO,
Diário Catarinense, 03/03/2008)