(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2008-03-03
Os grupos interessados em participar do leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) terão de fazer muitas contas e também muitas apostas no negócio, dizem especialistas ouvidos pelo Estado.  "Estamos avaliando o negócio.  Há pontos positivos na Cesp, mas há riscos consideráveis, que tornam o negócio uma aposta", comenta o diretor de uma grande empresa que estuda uma proposta pelas seis hidrelétricas da Cesp.

O ponto central é que o novo controlador não terá vencido uma concessão de serviço público, mas adquirido o controle de uma empresa, explica Erotides Guimarães, especialista em infra-estrutura da Vae Consultores.  "Cada consórcio fará uma aposta dentro das expectativas econômicas de cada um.  Se der errado, o grupo terá de assumir o prejuízo.  Isso porque ninguém ganhará uma concessão que pode ter as bases revistas se houver algum problema econômico-financeiro.  O consórcio comprará as ações de uma empresa.  Ele não poderá renegociar o contrato com a União", explica Guimarães.

As incertezas sobre o tamanho das compensações ambientais e sociais e o prazo das concessões das usinas são as principais razões que tornam o negócio potencialmente um risco.  Isso fez também o preço mínimo ser de R$ 49,75 por ação, valor que significa R$ 6,6 bilhões pelas ações de controle.

Além das questões ambientais não integralmente resolvidas, o risco regulatório não é pequeno.  Excluída a Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, que o mercado considera certa a prorrogação da concessão por mais 20 anos (embora não haja pronunciamento oficial do Ministério de Minas e Energia), não há qualquer garantia de alongamento para outras três importantes hidrelétricas da Cesp.

CANCELAMENTO

"A venda deve resultar num prejuízo para o Estado.  O ideal é o cancelamento do leilão e a renegociação das concessões pelo Estado de São Paulo", defende Murilo Celso Campos, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

A FNE já pediu ao governador José Serra a suspensão do leilão.  Reúne agora informações que podem sustentar uma ação para interromper a venda.  "Só Porto Primavera vale hoje R$ 12 bilhões.  O preço mínimo pelo controle da Cesp será de R$ 6 bilhões.  É uma diferença muito grande", diz.

O novo controlador terá de pedir a prorrogação das concessões da Usina de Três Irmãos que vence em 2011.  As concessões das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira expiram em 2015.  Pelas atuais regras de concessão, apenas Três Irmãos pode ter a concessão renovada.

As usinas de Ilha Solteira e Jupiá teriam de ser devolvidas à União para novo processo de licitação.  As avaliações de grupos e consórcios agora devem responder a seguinte questão: um prazo tão curto da concessão conseguirá gerar o retorno para o investimento?

"Uma parte da energia gerada pela Cesp começa a ficar sem contrato a partir de 2012 e 2013.  Era uma energia contratada por R$ 18 o megawatt/hora.  A demanda crescente por energia já inflacionou os preços e os novos controladores poderão vender a energia descontratada a valores maiores.  É com isso que os grupos estão apostando", diz um engenheiro da Cesp ouvido pelo Estado.

Com tudo isso, o resultado do leilão, por enquanto, é imprevisível.  Há quem acredite num ágio de 40%, tendo como perspectiva a elevação das receitas com o aumento do preço da energia, e aqueles que consideram real a possibilidade de não haver interessados, dada as incertezas com cercam o negócio.

Barrageiro faz diques para tentar "segurar" lago

Rildo Gomes de Souza ajudou a construir a barragem da Usina de Porto Primavera.  Hoje, trabalha como caseiro num condomínio em Anaurilândia (MS).  Mas, nos últimos tempos, ganha a vida mesmo construindo diques às margens do lado sul-mato-grossense.  Foi a única maneira que muitos proprietários encontraram para tentar frear o avanço do lago sobre o território.

Não é uma obra de engenharia refinada.  Pelo contrário.  Feita de mourão de eucalipto e pneu velho, o dique tem apenas remediado o problema.  Não é uma solução aprovada pela Cesp, tampouco pelo IBAMA.

Rildo ganha R$ 150 por dique, num trabalho que requer só força bruta.  O mourão de 2,5 metros é cravado a marretadas.  Os pneus são amarrados com arame para não serem levados pela água.  A construção tosca serve de quebra ondas, impedindo que a água continue a erodir a encosta.  Dependendo da força das ondas, o dique pode não funcionar.

(O Estado de São Paulo, FGV, 02/03/2008)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -