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termelétricas de candiota
2008-02-29
A direção da MPX Energia formalizou ontem ao Governo do Estado seu desejo de construir uma usina termelétrica a carvão em Candiota, a Seival 2. No meio da tarde, diretores da empresa se reuniram a portas fechadas com a governadora Yeda Crusius e alguns secretários de Estado para apresentar os detalhes do projeto e anunciar investimentos na ordem de 1,4 bilhão de dólares, cerca de R$ 2,3 bilhões.

Após a reunião, foi assinado um protocolo de intenções para o empreendimento, que prevê a construção de dois módulos, com capacidade para produzir 600 megawatts de energia.

A usina deve gerar cerca de quatro mil empregos diretos e indiretos durante as obras e cerca de 1.200 quando entrar em funcionamento. O começo das obras está programado para o próximo ano e a expectativa é entrar em operação em 2014.

O primeiro passo é a elaboração do projeto de engenharia. Em seguida, a empresa deve contratar uma empresa para realizar o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental, o EIA-Rima, a fim de obter a licença ambiental da Fepam.

O presidente da MPX Energia, Eduardo Karrer, ressaltou que 30% dos investimentos serão destinados à aquisição de tecnologia para preservação ambiental. “Os equipamentos para controle de emissão de poluentes estão alinhados ao que há de mais moderno em diferentes países e atendem plenamente aos requisitos internacionais”, disse, lembrando que a MPX já tem tradição de parceria com o Rio Grande do Sul, através da mina de Seival que divide o controle com a Copelmi.

A governadora destacou o resultado econômico que virá com o empreendimento e a preocupação ambiental da empresa para o uso do carvão. “Bem-vinda a MPX, que traz consigo um trajeto de desenvolvimento com a utilização daquilo do que mais nos orgulhamos, as nossas riquezas, em benefício da sociedade. O carvão será usado para a formatação de uma matriz energética que nos permita preservar térmicas permanentemente funcionando, de maneira que tenhamos energia acumulada”, afirmou Yeda Crusius.

O prefeito de Candiota, Marcelo Gregório, disse que o município oferece como incentivo à MPX 50% de desconto sobre o Imposto sobre o Serviço Social, reduzindo para 1,5% o ISS. Ressaltou também que espera da empresa uma reserva de mão de obra destinada aos moradores da cidade. “Pelo menos a metade dos trabalhadores da construção civil podem ser admitidos no nosso município”, afirma.

A negociação com o governo estadual também prevê incentivos do Fundopem e do Integrar/RS, específico para empreendimentos localizados em municípios com Produto Interno Bruto -PIB per capita abaixo da média do Estado, caso da maioria das microrregiões da Metade Sul.

A reserva gaúcha de carvão, equivalente a 28,809 bilhões de toneladas, representa 89% do total brasileiro de 32,600 bilhões de toneladas. Minas localizadas em Santa Catarina guardam 3,360 bilhões de toneladas do mineral (significam 10,5% do país) e os restantes 160 milhões de toneladas (0,5%) se situam no Paraná. A estatal Companhia Riograndense de Mineração (CRM) é proprietária de 2,794 bilhões de toneladas da reserva do Estado.

Atualmente, o Rio Grande do Sul tem em operação as usinas termelétricas a carvão Presidente Médici fases A e B (446 MW), em Candiota, Charqueadas (72 MW) e São Jerônimo (20), localizadas, respectivamente, em municípios com mesmos nomes. Há projeto para construção de outras quatro unidades, denominadas Seival (542 MW), em Candiota, Jacuí (350 MW), em Charqueadas, Presidente Médici fase C (350 MW), também em Candiota, e CT Sul (650 MW), em Cachoeira do Sul.

A empresa MPX é de propriedade de Eike Batista, que ganhou notoriedade na mídia por ter sido casado com a modelo Luma de Oliveira.

(Por Cleber Dioni, Jornal JA, 28/02/2008)

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