Município é o quarto no Norte gaúcho a decretar emergência devido à estiagem. Bagé, na Campanha, teme novo racionamento
Na região Norte do Estado, na divisa com Santa Catarina, Paim Filho é o quarto município a decretar situação de emergência. A medida foi anunciada ontem pelo vice-prefeito Elton Luiz Dal Moro, no exercício do cargo de prefeito. Ele informa que as vertentes, fontes e sangas secaram e que o nível de poços, açudes e rios é baixo. De acordo com Dal Moro, a falta de chuvas perdura há três meses, mas agravou-se nos últimos 30 dias. Os prejuízos atingem, além dos agricultores e dos pecuaristas, os comerciantes e a população em geral.
Conforme Dal Moro a prefeitura leva 15 mil litros de água por dia para propriedades rurais de São Marcos, Nossa Senhora das Graças, Auxiliadora, São Judas, Navegantes e São Joãzinho. Para consumo humano, a água é transportada em bombonas. O prefeito em exercício confirmou também que na área urbana da cidade a água somente está disponível nas torneiras das 3h às 12h. Na região, além de Paim Filho, decretaram situação de emergência os prefeitos dos municípios de Machadinho, Maximiliano de Almeida e Aratiba.
Em Bagé, na parte Sul do Estado, o Departamento de Água e Esgoto (Daeb) já admite implantar um novo sistema de racionamento de água. A população conviveu com esse tipo problema de janeiro de 2005 a maio de 2007, tendo passado por vários sistemas que culminaram com o fornecimento diário de apenas seis horas. Em 15 de março, o Daeb fará nova avaliação das reservas. Caso não se confirmem as previsões de 90 milímetros de chuva nos próximos quatro dias, poderão ser adotadas medidas de contenção do consumo. O déficit hídrico verificado nos últimos três meses teve expressiva repercussão nos níveis das barragens que abastecem a população. Do início de dezembro até agora deveria ter chovido, se mantidas as médias históricas, 360 milímetros. Porém, o volume registrado é de apenas 191 milímetros.
Também na Campanha, a administração de Candiota decretou situação de emergência nos 20 assentamentos do município, em razão da falta de água potável tanto para consumo humano quanto animal. O prefeito Marcelo Gregório conseguiu, do Exército, em Bagé, um caminhão-pipa para abastecer as comunidades do interior de Candiota. Conforme dados da Secretaria de Agropecuária, seriam necessárias chuvas além dos 50 milímetros para minimizar a situação.
(Correio do Povo, 29/02/2008)